Pedreiro encontra larvas em molho de tomate e corpo estranho: ‘pele de rato’

Doriedson de Borba Martins, de 26 anos, chegou a consumir o molho com macarrão junto com a filha, de 8. A empresa informou que o suposto corpo estranho tem características de bolor, que pode surgir por danos causados na embalagem por manuseio, transporte ou armazenamento incorretos.

Um pedreiro encontrou um corpo estranho com larvas em um molho de tomate, enquanto usava o produto no preparo de uma macarronada em Miracatu, no interior de São Paulo. Imagens obtidas nesta terça-feira (21), mostram os elementos sobre o pacote. A Fugini Alimentos informou, em nota, que as características são de bolor, que pode surgir por danos causados na embalagem devido ao manuseio, transporte ou armazenamento incorretos. (leia a resposta completa abaixo)

Doriedson de Borba Martins, de 26 anos, contou à reportagem ter comprado o pacote de molho de tomate em 11 de novembro. No último sábado (18) contou ter aberto a embalagem e usado um pouco do conteúdo para preparar uma refeição.

“Peguei um pouco do molho à noite, abri o saquinho, coloquei um pouco no macarrão e eu e minha filha comemos”. Só no último domingo (19), porém, ao usar o restante do produto foi que encontrou o corpo estranho e os bichos.

Assim que despejou o molho sobre o macarrão que estava na panela a surpresa: “virei de uma vez [o saco] e caiu essa pele cheia de larva”.

Pedreiro encontrou objeto estranho dentro de molho de tomate, em Miracatu (SP) — Foto: Reprodução

Pedreiro encontrou objeto estranho dentro de molho de tomate, em Miracatu (SP) — Foto: Reprodução

Segundo Doriedson, ele e a filha de 8 anos estão com dor de barriga e enjoo após terem consumido o produto sem perceber a presença do corpo estranho. O pedreiro foi até o médico, onde realizou exame de sangue, mas nada foi detectado. No entanto, fará um novo exame nos próximos dias.

“Não sei [o que é]. Aparentemente, parece pele de rato, tem até pelo, é um couro duro. Na hora me assustei”, afirmou ele.

O pedreiro contou que no momento pensou que fosse algum pedaço de tomate mais grosso e, pela coloração, que poderia estar estragado. “Peguei com a colher e quando fui ver era um couro cheio de larvas”.

Doriedson quer resolver o problema com a empresa e descobrir o que é esse elemento estranho, pois ele e a filha consumiram o molho. “Eu só quero ter certeza que não é rato e que não vai acontecer nada com minha filha e comigo”.

O que diz a empresa?

Em nota, a Fugini Alimentos esclareceu que está em contato com o consumidor para entender o problema apresentado, e explicou que o suposto corpo estranho encontrado, pelas informações obtidas até o momento, tem características de um bolor, que pode surgir devido a danos causados na embalagem, às vezes, imperceptíveis a olho nu, oriundos de manuseio incorreto em transporte ou no armazenamento nos pontos de distribuição e venda.

Segundo a empresa, a produção, enchimento e fechamento das embalagens sachê de molho de tomate é totalmente automatizada. Por não conter conservantes e ser um produto natural, a entrada de ar pela danificação da embalagem pode causar a contaminação do produto e, consequentemente, o surgimento do bolor.

Esse fato, de acordo com a Fugini, também pode ocorrer pelo armazenamento por período incorreto na geladeira, já que, após a abertura da embalagem, o consumo deve ser realizado em até um dia.

A empresa afirmou, ainda, que cumpre com todas as obrigações além de respeitar o compromisso de entregar qualidade e sabor em seus produtos. Desejamos reforçar nosso compromisso contínuo com a segurança alimentar e qualidade.

Produto estava dentro do prazo de validade e venceria apenas em junho do ano que vem, segundo a embalagem — Foto: Reprodução

Produto estava dentro do prazo de validade e venceria apenas em junho do ano que vem, segundo a embalagem — Foto: Reprodução

Polêmica da marca

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em março deste ano, uma inspeção sanitária na fábrica de Monte Alto identificou falhas graves relacionadas à higiene, controle de qualidade e segurança das matérias-primas, controle de pragas, rastreabilidade, entre outros. O problema levou à suspensão da fabricação e comercialização de produtos da marca.

A agência determinou ainda o recolhimento de lotes de maionese da Fugini. À época, a Fugini admitiu o uso de corante vencido em maioneses, mas diz que percentual era pequeno. Já em abril, a Anvisa revogou a decisão e liberou a retomada dos trabalhos da empresa.

Outra polêmica envolvendo a marca ocorreu em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no início deste mês. Uma perícia do Instituto-Geral de Perícias (IGP) feita em amostras de molho de tomate da Fugini detectou a presença de fungos e ovos de parasita no produto.

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