Luana Portes, que também é surfista, contou ter sido agredida no mar da Praia da Riviera de São Lourenço, em Bertioga (SP). O professor foi demitido da escola de surfe.
Uma mulher, de 31 anos, acusa um professor de surfe de socá-la no rosto e tentar golpeá-la com um martelo na Praia de Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no litoral de São Paulo. Os dois se envolveram em uma discussão enquanto surfavam. Conforme apurado pelo g1 neste domingo (28), o homem foi demitido da escola onde dava aulas após o episódio.
A vítima, que é pedagoga e surfista Luana Portes, contou à equipe de reportagem que teme sair de casa desde a agressão, no final da tarde de quarta-feira (24). Ela levou dois socos no rosto que a deixaram com um hematoma no olho esquerdo.
“Eu não queria estragar a vida de ninguém, mas ele estragou a minha. Então, agora ele vai ter que pagar pelo que ele fez”, disse ela, que prestou queixa contra o agressor na delegacia de Bertioga, em caso registrado como lesão corporal.
Socos e ameaças
Luana havia entrado no mar poucos minutos antes de ser abordada pelo professor. Ela contou que o homem se aproximou e alegou que ela desrespeitava as regras do surfe, pois estaria remando para o lado errado.
Como pratica o esporte há anos, a vítima o respondeu dizendo que o comentário foi infeliz. Esse foi o estopim para o homem adotar uma postura agressiva e socar o rosto dela.
Luana disse ao g1 ter pedido para o professor se afastar, mas não foi respeitada. Pelo contrário, segundo ela, o homem a xingou, tirou a prancha dela no mar e a deu dois socos.
“Ele não ficou feliz com o comentário porque ele é um cara que eu considero machista. Não aceitou que uma mulher falasse aquilo. Saiu falando um monte de coisa, me chamando de vários nomes”, recordou.
Prancha que Luana utilizava ficou amassada após o ocorrido em Bertioga (SP) — Foto: Arquivo pessoal
‘Não é um caso isolado’
A mulher contou que o professor de surfe deixou o mar e buscou um martelo para acertá-la. O golpe, no entanto, foi bloqueado com a prancha dela. Um amigo de Luana, que estava na praia, também teve a mão machucada ao defendê-la.
Depois que o agressor foi contido, o amigo de Luana a acompanhou até a casa dela, que fica a aproximadamente 200 metros de onde mora o professor de surfe. A vítima teme uma eação.
“É muito chato acontecer esse tipo de coisa e saber que não é um caso isolado. Todos os dias, [acontece] com muitas mulheres no mar, surfistas como eu, coisas parecidas […] A gente sofre muita pressão machista”.
Escola desliga professor
Após o caso vir à tona, a Escola de Surf da Riviera anunciou o desligamento do funcionário do quadro de colaboradores. A decisão foi divulgada por meio de uma nota de repúdio nas redes sociais.
“Tais atos são inaceitáveis e violam os valores fundamentais do esporte surf e da convivência em sociedade”, apontou o texto.
A escola ainda reiterou o compromisso com a promoção de um ambiente seguro e acolhedor para todos. “Jamais aceitaremos comportamentos agressivos, dentro ou fora de nosso ambiente de trabalho. Não compactuamos com atitudes que contrariem os princípios de respeito e integridade que defendemos”.
Em contato com o professor de surfe que teria agredido Luana, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.