Agressão ocorreu dentro do Centro Regional de Oncologia Infantil (Croi), no bairro Vila Margarida, em São Vicente (SP). Caso foi registrado na Polícia Civil como lesão corporal.
Uma deficiente física de 48 anos foi agredida em uma unidade de saúde de São Vicente, por cobrar dos funcionários uma consulta médica. A neta dela, de quatro anos, está em uma lista de espera para receber atendimento de um neurologista. Imagens obtidas nesta segunda-feira (31) mostram a vítima sendo agredida por uma das funcionárias do Centro Regional de Oncologia Infantil (Croi).
Sônia Domingos disse que frequentemente vai ao local para perguntar sobre o andamento da lista de espera. Segundo ela, há dois anos a menina aguarda por um atendimento de um neurologista. Ela diz que as funcionárias debocharam dela e dizem que não podem atendê-la.
Na última sexta-feira (28), ela voltou ao Centro de Regional de Oncologia Infantil (Croi) e filmou a forma como foi tratada. No vídeo, Sônia mostra a sala de espera do local e diz que está aguardando ser atendida, mais uma vez.
“A moça fechou a porta na minha cara. Eu dei um tempinho e ainda vim buscar uns papéis. Eles estão me enrolando. Aquela ali foi a que me ofendeu da outra vez. Esse aqui é sempre grosso comigo. Dessa vez, eu vou tomar as providências cabíveis”, diz ela, no vídeo.
Em seguida, uma funcionária percebe que Sônia está gravando e vai na direção dela. “Me filma. Se você colocar em algum lugar, eu te processo. Você está entendendo?”, fala a funcionária. Em seguida, a mulher se aproxima e vai para cima de Sônia, que perde o controle da câmera.
Agressão
Segundo a vítima, a funcionária que a agrediu tentou pegar o celular dela para impedir que gravasse. “Me machucaram, uma moça me agrediu muito e os funcionários que estavam ao redor ficaram observando”.
A mulher contou que tem a saúde debilitada e comprometimento da coordenação motora. “Deus me deu força e consegui segurar [o celular] dentro do peito. Ela me chutou na cara, costela, deu tapas na minha cara”.
Ela tentou conseguir o nome dos profissionais na Secretaria Municipal de Saúde para registro do Boletim de Ocorrência (BO), mas não conseguiu.
O que eles fizeram comigo vão fazer com qualquer outra pessoa. Em momento nenhum agredi ela ou fui mal educada. Ela me bateu feio, deu [tapas] na minha cara, me chutou— SÔNIA DOMINGOS
Sônia registrou um boletim de ocorrência no 1° Distrito Policial (DP) de São Vicente. Ela disse à polícia que foi agredida fisicamente pela atendente, derrubada no chão e pisoteada, e que a agressora tentou pegar o celular, provavelmente, para apagar as provas em vídeo.
Os policiais civis deram encaminhamento para a vítima realizar exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). O caso foi registrado como lesão corporal.
Procedimento administrativo
Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou que abriu procedimento administrativo para apurar o caso e ressaltou que a paciente registrou Boletim de Ocorrência, assim como a servidora, que atua há 11 anos na Secretaria de Saúde (Sesau) e nunca esteve envolvida em atos de indisciplina.
Segundo a administração municipal, as duas partes serão assistidas pelo município que, após a investigação interna, definirá qual medida será adotada. A prefeitura reforçou que repudia qualquer ato de violência.