O rápido avanço das chamas colocou mais de 35 mil pessoas em risco, segundo a Agência de Gestão de Emergências do Havaí.
Pelo menos 93 pessoas morreram em incêndios florestais que devastam várias localidades do Havaí desde terça-feira (8). A Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) informou que o incêndio afetou ou destruiu mais de 2.200 estruturas no povoado costeiro de Lahaina, no oeste do Mauí.
A agência estima perdas de US$ 5,5 bilhões (cerca de R$ 27 bilhões na cotação atual) nos incêndios, que, em conjunto, são considerados o mais letal já ocorrido nos EUA em mais de 100 anos.
O rápido avanço dos focos dos incêndios colocou mais de 35 mil pessoas em risco, segundo a Agência de Gestão de Emergências do Havaí. Logo que as chamas avançaram, as pessoas estavam se jogando no mar para evitar o fogo.
A população reclama de falta de alertas sobre a chegada do incêndio, que resultou em dezenas de pessoas presas na cidade turística. Assim, as críticas à ação das autoridades têm aumentado cada vez mais.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, apesar de o Havaí ter o maior sistema de sineres de alerta de segurança pública ao ar livre do mundo, nenhum dos 80 equipamentos ao redor de Maui foi ativado enquanto o incêndio se espalhava.
A agência de resposta a emergências do estado teria confirmado a informação no sábado (12) e o porta-voz do órgão, Adam Weintraub teria dito que as sirenes apenas alertariam os moradores para buscar mais informações.
Outros métodos de alerta, segundo Weintraub, como envio de mensagens para celular, teriam funcionado normalmente no momento do incêndio.
A deputada Jill Tokuda, do Partido Democrata, afirmou à CNN que foi pega de surpresa pelo incêndio. “Subestimamos a letalidade e a velocidade do fogo. (…) Temos que garantir que faremos melhor da próxima vez”, disse a congressista.
As autoridades afirmam que houve uma série de fatores que, juntos, levaram à situação. Como:
- Um foco isolado de incêndio florestal foi espalhado por uma rajada de vento de até 130 km/h. O furação Dora, de categoria 4, passou a centenas de quilômetros a sudoeste das ilhas havaianas e pode ter interferido nas correntes de ar.
- No começo da semana passada, o Serviço Nacional de Meteorologia americano também tinha emitido alertas avisando às ilhas sobre o tempo seco, propício para que o fogo se espalhasse.
A procuradora do Havaí, Anne Lopez, anunciou que será aberta uma investigação sobre o gerenciamento da crise, com “revisão exaustiva” da tomada de decisões críticas e das políticas em vigor na região.
DEFESA DAS AUTORIDADES
O total de mortos nos incêndios florestais vêm crescendo nos últimos dias e, de acordo com o governador do Havaí, Josh Green, do Partido Democrata, ainda deve aumentar: “Vai continuar aumentando. Queremos preparar as pessoas para isso”.
Green defendeu o trabalho das autoridades e afirmou que a situação se complicou devido aos vários incêndios ocorrendo ao mesmo tempo, alimentados por ventos fortes.
“Com a tempestade, duvidamos de que teríamos conseguido fazer algo além disso com incêndios tão fortes e rápidos como esse”, disse ele.