Mãe contou que o filho ficou com uma cicatriz no peito após ser mordido por um colega dentro de uma escola municipal de Santos, no litoral de São Paulo.
Uma mulher alega que o filho, de 7 anos, foi mordido no peito por um colega e passou a ser agredido semanalmente por alunos dentro de uma escola municipal de Santos, no litoral de São Paulo. A mãe contou, nesta sexta-feira (26), que o menino desenvolveu medo de estudar no local. “Disse que ‘não tem mais paz’ na escola e descobriu que as ‘crianças são ruins'”, relatou.
A mordida e as agressões teriam acontecido na Unidade Municipal de Ensino Doutor Fernando Costa e no Projeto Pró-Viver, uma extensão da escola, ambos localizados no bairro São Jorge. A Secretaria de Educação de Santos informou que os relatos de bullying contra o aluno são acompanhados pela direção da unidade, que acolheu a criança e os responsáveis (leia o posicionamento mais adiante).
Nathaly Feitoria, mãe do menino, afirmou que ele ainda tem no peito a cicatriz da mordida, que aconteceu no fim de fevereiro deste ano. Ela ressaltou que o garoto, diagnosticado com Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), passou a ser agredido por alguns alunos desde então.
“Meu filho chegou em casa esses dias e falou assim: ‘Ah, mãe, eu queria tanto morrer. Não tenho mais paz na escola. Lá não é como antes. Descobri que as crianças são ruins’. Ele só tem sete anos para dizer uma coisa dessas”, desabafou Nathaly.
Mordida e agressões
A mãe do menino disse que, após relatar sobre a mordida à direção da escola, ele foi transferido de sala. Apesar disso, ainda segundo Nathaly, as agressões ao garoto continuaram tanto na unidade de ensino quanto no citado projeto.
“Até quando vamos permitir que lobos sejam mantidos no meio de ovelhas, sem que nada seja feito?”, questionou ela. “Ele recebeu o laudo de TDAH essa semana e, diante de todas essas situações, vem tomando antidepressivo para dormir desde segunda-feira”.
A mulher acrescentou que o filho é dócil e não possui histórico de agressões. “Ele é carinhoso. Aquela criança ‘grude’, que quer carinho e abraço. Mas vem sendo agredido na escola por outras crianças, onde os adultos não dão conta”, finalizou.
Menino de sete anos ficou com cicatriz no peito e com um machucado no olho após ser agredido em escola de Santos, SP — Foto: Arquivo pessoal
O que diz a prefeitura?
A secretária de educação de Santos, Cristina Barletta, afirmou que o caso é acompanhado pela pasta, pela equipe gestora da escola e também pela Supervisão de Ensino, que estão tomando “todas as providências cabíveis”.
Segundo ela, os responsáveis pelos alunos envolvidos no caso da mordida foram chamados até a escola após o ocorrido. Cristina ressaltou que a UME Dr. Fernando Costa conta com um trabalho de acolhimento a alunos e responsáveis.
“Temos que levar em consideração que essas crianças são pequenas e precisam ser acolhidas e ouvidas. Temos que entender o que está acontecendo. O nosso trabalho e objetivo é promover a paz no ambiente escolar”, complementou ela.
Em nota, a pasta complementou que, mesmo após o aluno ser transferido de sala à pedido da mãe, ocorreu um “novo conflito” com outro colega da classe. “Esta nova ocorrência também foi registrada e os responsáveis pelos alunos chamados pela escola”, acrescentou.
Por fim, a Seduc frisou que o aluno “está sendo acompanhado e que as ações de combate ao bullying – já adotadas na rede municipal de ensino – serão intensificadas na unidade, onde haverá uma roda de conversa com os envolvidos, coordenada pela equipe da Justiça Restaurativa, política pública em Santos desde 2017, colaborando para a promoção da Cultura da Paz.”