O golpe aos cofres públicos aconteceu no município de Floresta, interior de Pernambuco. Com documentos falsos e agricultores fantasmas, fraudadores se passavam por produtores rurais para conseguirem financiamentos no Banco do Brasil.
Contudo, não realizavam o plantio e, não satisfeitos, alegavam que a seca havia destruído as plantações. Com isso, os criminosos conseguiram duplo efeito: além de se apropriarem do dinheiro do financiamento, beneficiavam-se com os valores recebidos de um seguro agrícola.
O dinheiro desviado era gasto com demonstrações de luxúria, como carros, cavalos de raça, imóveis, fazendas, festas, entre outras extravagâncias. O golpe foi descoberto em 1981, quando um fazendeiro da cidade teve seu pedido de empréstimo negado pelo Banco do Brasil e, sentindo-se injustiçado, indicou a fraude para as autoridades.
O procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva denunciou os envolvidos e, depois disso, foi ameaçado ostensivamente. Morto pela causa, ele demonstrou coragem e profissionalismo ao contrariar interesses de pessoas influentes em Pernambuco.
Esse é o primeiro capítulo dessa história, que também propõe reflexões sobre o combate ao crime e à corrupção no Brasil.
MPF