Creche alvo de ataque em SC reabre com muro mais alto e balões

Crianças foram recebidas por pessoas fantasiadas; PM dará suporte por 15 dias.

Após um mutirão de obras, do qual participaram pais de vítimas do ataque que deixou quatro crianças mortas, a Creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau (SC), retomou ontem as aulas. Entre outras intervenções, a escolinha ganhou um muro mais alto e o parquinho, onde os alunos brincavam quando foram atacados, deixou de existir.

No dia 5 deste mês, um homem de 25 anos pulou o muro da creche e, com uma machadinha, desferiu golpes contra as crianças. Além de mortos, o ataque provocou ferimento em cinco alunos, que já se recuperaram. As vítimas foram socorridas pelas próprias professoras que não foram alvo do criminoso. O motoboy, assim que saiu do local, se entregou a uma unidade da Polícia Militar. Ele está preso de vai responder por quatro homicídios triplamente qualificados e quatro tentativas de homicídio triplamente qualificados.

Desde que aconteceu o crime, uma onda de medo tomou conta de escolas do país, sobretudo no Sul, onde uma série de medidas de segurança foram anunciadas como instalação de catracas, botões de pânico e detectores de metais na entrada dos estabelecimentos públicos e privados. Além disso, muitos estados já anunciaram que vão adotar segurança armada. Um levantamento mostrou que 22 unidades da federação já aderiram a esse tipo de vigilância, com rondas escolares das PMs e bombeiros ou com equipes privadas. Em dois estados, agentes armados passarão a atuar dentro das instituições, e em oito, os efetivos que ficam no entorno dos colégios foram reforçados.

Assessora jurídica da Creche Cantinho do Bom Pastor, Patrícia Kasburg disse que a equipe da unidade de ensino conta com acompanhamento psicológico para ajudar os professores e funcionários a retomarem a rotina junto aos alunos. Elas destacou que a tragédia despertou a solidariedade de pessoas e empresas no país inteiro e dos próprios pais de alunos, inclusive de vÍtimas. Kasburg explicou que os pais de crianças falecidas — todas as vítimas eram filhos únicos — afirmaram que também ajudariam não só pela memória deles mas pelas demais crianças que são atendidas na creche:

— É uma corrente de solidariedade linda. O CEI é quase uma ONG. A diretora é uma senhora aposentada que moveu céus e terra para manter a creche. Não tem lucro, tudo que ela ganha é para pagar as próprias contas. Isso tudo é compreendido pela comunidade e estamos fazendo tudo de mãos dadas com eles, que fizeram vários mutirões — diz Kasburg, acrescentando que decidiram retirar o parquinho para evitar memórias negativas nas crianças e pensaram em construir uma biblioteca.

Kasburg explicou que várias mudanças foram feitas com doações de materiais, de serviços e sobretudo tempo por pessoas e empresas da cidade.

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