“Bendis e Maleev entregam uma saga de espionagem que merecia muito mais atenção!”
Leviatã, organização criminosa foi tomada por um novo líder que se intitula justamente “LEVIATÔ, ele começa uma limpa em todas as agências de espionagem do mundo, com alvos específicos e estratégicos. Em posse de toda a estrutura tecnológica de agências como ARGO, DOE, ESPIRAL e tantas outras, seu líder promete resolver todos os problemas da humanidade, e quer mais. Mas afinal, quem é Leviatã? Quais seus poderes? Como isso pode abalar o mundo? E o que falta para que o grande plano se concretize?
Em duas minisséries publicadas no Brasil pela Panini, essa saga é esmiuçada sem muita pressa ou concessões e ainda que com muita pompa e um tanto quanto prolixa, são obras que prendem o leitor justamente por seu ousado e bem construído desenvolvimento.
Evento Leviatã pode ser o ponto de partida de toda a engrenagem narrativa idealizada pelo roteirista Brian Michael Bendis que encontra, em seu eterno parceiro Alex Maleev, a representação gráfica de uma trama de espionagem séria, pesada e sombria. A minissérie em duas partes foi lançada por aqui em 2020 pela editora Panini, não é difícil de encontrá-la e vale demais a leitura.
Se você espera aquele ritmo das mensais de super heróis os quais estamos acostumados, pode se frustrar dada a construção lenta de várias tramas paralelas. Quem seria Leviatã? As pistas são deixadas aqui e ali e uma equipe com os melhores detetives do mundo é montada para tentar descobrir: Batman, Questão, Lois Lane, Steve Trevor, Justiceira, Robin e até mesmo Thalia Al Ghul, correm contra o tempo, investigam suspeitos e qualquer um pode ser o vilão, até mesmo Superman.
O suspense, a tensão e a sensação de urgência lembram muito os clássicos de espionagem, construídos a base de muito bastidor e ação pontual. A revelação final de quem é o vilão e seu plano, soa coerente e justifica cada momento construído. Aqui surge uma ameaça real ao universo DC.
Sua sequência por assim dizer, Xeque Mate, chegou por aqui em um encadernado em 2022, mantendo praticamente a mesma equipe artística anterior e claro, o mesmo tom e ritmo. Depois de todo desenvolvimento paralelo do personagem nas mensais de Superman, aqui descobrimos que o vilão dominou um País, a Markovia, e planeja se apoderar de uma estrutura de segredos mais importante estrategicamente do que o das agências.
Para isso, o Xeque Mate é refundado. A nova equipe conta com o misterioso Rei, em uma revelação de identidade surpreendente. Bones, Lois, Trevor, Justiceira, Arqueiro Verde e Questão. Uma sede nova, e uma forma de atuar também fora da curva.
Revelada a verdadeira identidade de Leviatã, temos aqui mais uma trama de espionagem, ligada com vários pontos da minissérie anterior, visando fechar arcos e deixar material para o futuro. Qualquer coisa dita, pode soar como spoiler, mas o fato é: é mais uma história interessante, com um tom atípico e que pode render para o universo DC, uma nova e perigosa ameaça.
Duas tramas bem amarradas e que juntas mostram o potencial desses personagens interessantes e que obviamente, nos faz querer ver mais.
NOTAS:
Evento Leviatã: 8,5 de 10
Xeque Mate: 8 de 10
