Porteiro é agredido após pedir para bolsonarista não gritar em condomínio: ‘me chamou de negro safado’

O caso aconteceu na Riviera de São Lourenço, em Bertioga. Porteiro pede R$ 115 mil na Justiça por danos morais, materiais e estéticos.

Um porteiro, de 28 anos, alega ter levado um ‘mata-leão’ e sofrido ofensas racistas após pedir para que um homem parasse de gritar em um condomínio na Riviera de São Lourenço, em Bertioga. Neste sábado (22), Yuri Feliciano entrou na Justiça cobrando R$ 115 mil do acusado por danos morais, materiais e estéticos. “Ele gritava: ‘Lula ladrão! Lula ladrão'”, lembrou.

A situação aconteceu no dia 28 de dezembro de 2022, quase dois meses após o segundo turno das eleições presidenciais do Brasil. Yuri entrou na Justiça no último mês.

O porteiro disse que a confusão começou após ter pedido a um amigo do acusado, que é turista, que solicitasse que o homem parasse de gritar dentro do condomínio.

“Ele gritava: ‘Vai, Bolsonaro! Lula ladrão! Agora vocês vão ver! País de merda”, disse o porteiro, que afirmou ter sofrido as ofensas e agressões após pedir por silêncio. “Me chamou de ‘negro safado’, ‘viadinho’ e ‘petista’. Ele achou que eu falei porque tinha outro partido, mas não era isso”.

Porteiro agredido sofreu edema leve no nariz, segundo exame do IML — Foto: Reprodução
Porteiro agredido sofreu edema leve no nariz, segundo exame do IML — Foto: Reprodução

Yuri disse que as agressões aconteceram após as ofensas. Nas imagens, é possível ver o porteiro falando com outros dois homens – o acusado, que vestia uma camiseta preta, e outro homem, sem camisa. Ele levou um soco do segundo e, depois, um ‘mata-leão’ do primeiro.

O porteiro disse, ainda, que após as agressões foi preciso se esconder dentro da portaria. Ele afirmou que o acusado se juntou a outros homens e foi ‘procurar’ por ele, gritando ameaças de morte. “Tive que tirar o uniforme e trocar de roupa para sair dali”, lembrou.

A vítima das agressões sofreu um edema leve no nariz, segundo exame de corpo de delito feito no Instituto Médico Legal (IML) de Guarujá (SP).

Sentimento

Yuri revelou trabalhar no condomínio há aproximadamente dois anos e que, após o episódio, ficou oito dias sem exercer a função. Ele revelou também que, meses após o ocorrido, ainda sente tristeza ao relembrar das agressões e ofensas.

“Me senti humilhado por ser preto, por ter tatuagens, já que ele me discriminou por conta da minha aparência, me chamando de vagabundo e bandido”, desabafou. “Ainda me faz mal lembrar”.

Porteiro foi agredido dentro de condomínio em Bertioga (SP) — Foto: Reprodução
Porteiro foi agredido dentro de condomínio em Bertioga (SP) — Foto: Reprodução

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