Kauã Jason da Silva se entregou por volta das 2h, desta quarta-feira (2), na Delegacia Seccional de Santos e foi encaminhado a cadeia anexa ao 5º DP. Ele é irmão de Erickson David da Silva, apontado como suspeito de matar o PM da Rota em Guarujá.
O irmão do suspeito de atirar e matar o soldado das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA), Patrick Bastos Reis, foi preso na quarta-feira (2), em Santos, no litoral São Paulo. Kauã Jason da Silva, de 19 anos, é apontado pela Polícia Civil como irmão de Erickson David da Silva, de 30 anos. Após a morte de Reis, a Polícia Militar iniciou a Operação Escudo que já resultou na prisão de 58 pessoas e pelo menos 16 mortes.
Kauã se entregou por volta das 2h, na Delegacia Seccional de Santos e foi encaminhado a cadeia anexa ao 5º Distrito Policial da cidade. Ele estava usando camiseta branca, bermuda e chinelo e acompanhado pelo advogado de defesa.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito passou por audiência de custódia, no Fórum de Santos, a partir das 10h. A prisão temporária dele foi mantida por 30 dias.
Kauã usava as redes sociais para mostrar a ‘rotina’ no tráfico, com armas apontadas para viaturas e funk ‘proibidão’. As informações foram divulgadas pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
Segundo ele, o suspeito tinha a ‘função’ de ficar posicionado na comunidade Vila Julia, armado e com um comunicador, pronto para avisar os comparsas sobre a chegada de viaturas policiais ao local.
De acordo com a Polícia Civil, duas pessoas já foram presas por envolvimento na morte do PM: Erickson, também conhecido como ‘Deivinho’, e outro homem, de apelido ‘Mazzaropi’, apontado anteriormente pela corporação como responsável pela venda das drogas.
Segundo Derrite, uma mulher, que não teve o nome divulgado, afirmou junto a ‘Mazzaropi’ que Kauã estava na cena do crime. Ela já foi detida por associação ao tráfico. “A mulher disse: ‘O Kauã estava no local conosco. Ele era o quarto elemento’. O ‘Mazzaropi’ relatou exatamente a mesma coisa”, disse Derrite, sobre a investigação que levou a Polícia Civil até Kauã.
Erickson
O suspeito de atirar e matar Patrick Bastos Reis, soldado da Rota, passou por audiência de custódia, na segunda-feira (31), no Fórum de Santos, no litoral de São Paulo. Erickson David da Silva, de 28 anos, teve a prisão temporária mantida por 30 dias.
Em entrevista, o advogado do Wilton Felix disse que suspeito se diz inocente e estava na comunidade para comprar drogas. “Ele [Erickson] alega e atesta que não participou do evento morte. Na fatalidade, ele estava comprando droga, por fazer uso de entorpecentes, quando ouviu vários tiros e no pavor da situação, ele fugiu do local”, explicou Felix.
Ainda segundo o advogado, imagens do suspeito foram vinculadas como sendo o principal suspeito de ter realizado o disparo de ter matado o policial. “Ele ficou com receio e foi para outra cidade, sendo hoje (domingo), de livre e espontânea vontade, se integrou as autoridades, na Corregedoria da Polícia, mostrando que acredita que ele foi vítima de uma injustiça”, disse o advogado.
Entenda o caso
O soldado Patrick Bastos Reis foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Júlia, em Guarujá, na quinta-feira (27). A morte dele foi confirmada no mesmo dia. Além dele, um outro policial foi baleado na mão esquerda, encaminhado para o Hospital Santo Amaro e liberado.
Após o caso, a Polícia Militar iniciou a Operação Escudo, com o objetivo de capturar os criminosos responsáveis pela ação contra os agentes.
Erickson, também conhecido como ‘Deivinho’, foi capturado na Zona Sul de São Paulo, durante a noite do último domingo (30). Segundo informações da polícia, Erickson tem 28 anos, é solteiro e era o ‘sniper’ utilizado pelos traficantes. Ele teria atirado em direção ao soldado da Rota de uma distância de mais de 50 metros.
Operação Escudo
A Polícia Militar já prendeu 58 pessoas durante cinco dias de Operação Escudo na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, entre os dias 28 de julho e 1 de agosto. A ação também deixou pelo menos 16 mortos em Guarujá e em Santos, no litoral de São Paulo.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), do total de presos, 38 foram em flagrante e 20 eram procurados da Justiça. Outros quatro adolescentes foram apreendidos por tráfico de drogas. Até esta terça-feira (1) a polícia apreendeu 385 quilos de entorpecentes e 18 armas, entre pistolas e fuzis.
A polícia conseguiu identificar e prender todos os envolvidos na morte do policial, mas a operação segue para sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado, que possui grande atuação na Baixada Santista, segundo a SSP.