“Sente ali e se comporte”, diz prefeito de Ilhabela a vereadora durante discussão

Vereadora disse que entrará com representação na Justiça; desentendimento foi sobre licitação para administrar as redes sociais da cidade no litoral de SP.

Uma vereadora de Ilhabela, no litoral de São Paulo, deve entrar com uma representação na Justiça contra o prefeito da cidade por violência política.

Durante uma discussão, o prefeito Antônio Luiz Colucci (PL) disse à vereadora Diana Almeida (PL): “Você sente ali e se comporte.”

O caso aconteceu no dia 21 de julho durante uma licitação para a administração das redes sociais da cidade.

“Você sente ali e se comporte. A senhora já tentou atrapalhar muitas licitações”, diz Colucci em vídeo da discussão divulgado pela vereadora.

“Eu quero ver o senhor fazer eu sentar. O senhor é que atrapalha o dinheiro público da cidade. O senhor estava direcionando a licitação”, respondeu Diana.

O prefeito ainda chamou a vereadora de “mentirosa” e pediu para ela se “ater à posição de vereadora”.

A vereadora relatou que a licitação tratava da contratação de uma empresa para administrar as redes sociais de Ilhabela por R$ 4 milhões. Ela alega que o prefeito direcionou a licitação para uma empresa.

“Há uma lei para transmitir ao vivo a licitação, mas eles não estavam transmitindo. Então nós mesmos fomos lá fazer a transmissão. Então depois nós discutimos. Esse prefeito já tem uma conduta muito grosseira com mulheres”, disse Diana.

“Nós fizemos uma representação ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas em relação a essa licitação. Vou também fazer uma representação por violência política contra o prefeito”, acrescentou.

Procurada, a Prefeitura de Ilhabela afirmou que “preza e pratica o mais rígido respeito pela independência dos Poderes”.

“Todos os parlamentares têm livre acesso a todos os espaços nos quais se desenvolvem as atividades da administração pública, bem como todos os requerimentos de informação e demais solicitações são respondidos conforme demanda”, acrescentou a Prefeitura.

“Nessa lógica, a Prefeitura não pode permitir a transformação de processos e condutas da administração pública em palco para desenvolvimento de atividades políticas e tampouco que funcionários públicos sejam constrangidos no exercício da função, prática que vem sendo executada pela vereadora em questão”, completou.

No comunicado, a Prefeitura ainda acusa a vereadora Diana de, no dia 30 de dezembro do ano passado, “tumultuar o processo licitatório” de ampliação de um hospital.

“Já o contrato por ora questionado, trata-se de uma necessidade de atendimento às metas da comunicação pública, que preconiza oferecer e ampliar o acesso da população a todas as políticas públicas implantadas no município, bem como expandir a participação cidadã. A prática já é adotada em várias esferas governamentais. Nesse sentido, dizer que o contrato se limita à divulgação dos atos públicos em redes sociais é desconhecer a dimensão da tarefa da comunicação pública para a democracia”, concluiu a Prefeitura.

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