PM condenado por atentado contra deputada e ex-repórter é expulso da corporação

Gustavo de Souza Militão Pavlik foi condenado a cinco anos de prisão pelo crime, que ocorreu em novembro de 2020. Desde 2021 ele estava em operação na PM.

O Policial Militar Rodoviário Gustavo de Souza Militão Pavlik, condenado a cinco anos de prisão pelo atentado contra a deputada estadual Solange Freitas (União Brasil), foi expulso da PM de São Paulo. A decisão do comandante-geral da corporação foi publicada nesta segunda-feira (6) no Diário Oficial do estado.

O crime ocorreu em novembro de 2020, quando Solange disputava as eleições para a Prefeitura de São Vicente. Na companhia de outras quatro pessoas, ela teve o carro atingido por diversos disparos enquanto passava por uma avenida da cidade. Ninguém se feriu.

Pavlik foi julgado e teve a prisão temporária decretada pela Justiça uma semana após o crime. Ele foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, na Capital. Segundo apurado, o agente chegou a perder o cargo como parte da pena, mas seguia atuando na PM após um ano da decisão. Ele está solto.

‘Atos desonrosos’

A portaria aponta que a expulsão ocorreu “pelo cometimento de atos atentatórios à Instituição, ao Estado, aos direitos humanos fundamentais e desonrosos”, o que compõe transgressões graves na corporação.

Solange Freitas, deputada e ex-repórter, foi vítima de uma tentativa de assassinato durante campanha eleitoral em São Vicente, SP — Foto: Reprodução

Solange Freitas, deputada e ex-repórter, foi vítima de uma tentativa de assassinato durante campanha eleitoral em São Vicente, SP — Foto: Reprodução

Recebemos a informação sobre o retorno de Pavlik à PM em outubro deste ano. Segundo o advogado Nilton Vivan Nunes, que representa o condenado em âmbito criminal, ele responderá pelo crime em regime aberto até o final do processo.

Apontado como o segundo envolvido no caso, Diego Nascimento Pinto foi condenado a seis anos de prisão. O julgamento ocorreu entre os dias 24 e 26 de outubro, no Fórum de São Vicente. Ao todo, foram ouvidas oito testemunhas, sendo cinco de acusação e três de defesa.

Diego foi julgado por participação por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

Solange Freitas foi repórter de rede da TV Tribuna — Foto: Arquivo Pessoal

Solange Freitas foi repórter de rede da TV Tribuna — Foto: Arquivo Pessoal

O caso

Solange Freitas, à época candidata à Prefeitura de São Vicente pelo PSDB, foi alvo de pelo menos cinco tiros na manhã de 11 de novembro. A parlamentar estava acompanhada por quatro assessores no momento do ataque, mas ninguém foi atingido. O atentado aconteceu na avenida Monteiro Lobato, na Vila Voturuá, por volta das 10h30.

A candidata estava com a equipe de campanha dentro do carro blindado quando uma moto se aproximou do veículo e um homem atirou na direção da janela do passageiro, onde Solange Freitas estava sentada.

Um vídeo, obtido com exclusividade, mostra o momento em que a moto se aproxima do carro da candidata e efetua os disparos. Depois, acelera e foge.

Posicionamento

Em nota, a deputada federal afirma que a justiça está sendo feita. “Não é possível dar de volta “poder” de polícia para um homem condenado por tentativa de homicídio. Para um homem que tentou me matar. Se esse “erro” não fosse corrigido, teríamos um bandido na corporação que é muito séria. E outras pessoas também poderiam ser vítimas dele”, disse ela.

Em contato com a advogada que defende Gustavo de Souza Militão Pavlik no processo administrativo, mas ainda não obteve retorno.

A advogada de Gustavo, Ana Elisa Mostaco Rampazo, informou que a defesa tomou ciência da decisão do Comando Geral da Polícia Militar e vai analisar a possibilidade de recorrer da expulsão.

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