Mãe de criança com síndrome rara perde ônibus para consulta após motorista se negar a esperar fechar o carrinho de bebê

Mulher estava com os dois filhos, um de dois anos e outro de 11 meses, quando o motorista teria se recusado a esperá-la. Caso ocorreu em Mongaguá, no litoral de São Paulo.

Uma mãe contou ter perdido uma viagem de ônibus de Mongaguá a Santos, no litoral de São Paulo, porque o motorista se recusou a esperá-la fechar um carrinho de bebê duplo. Segundo apurado nesta sexta-feira (22), ela estava com os dois filhos, de 11 meses e dois anos. O mais velho, com um tipo raro de epilepsia, demanda cuidados especiais. “Fico de mãos atadas”, lamentou.

O caso ocorreu na rodoviária da cidade paulista, na manhã da última quarta-feira (20). Karen, de 34 anos, que preferiu não ser identificada com sobrenome, explicou à reportagem que pegaria o ônibus das 7h50, mas viu o das 7h20 chegando e decidiu se adiantar para levar o filho a uma consulta médica.

“O motorista não quis esperar que eu fechasse o carrinho, que eu colocasse o bebê no canguru [bolsa que sustenta o bebê na frente do corpo do adulto]”, explicou.

Atrasados

O menino mais velho de Karen tem síndrome de West – um tipo raro de epilepsia – e demanda tratamento especial em Santos. Como o pequeno não tem sustentação no corpo, a mãe o transporta junto com o filho mais novo, de 11 meses. Ela não tem com quem deixar o bebê durante as consultas.

A mulher chegou à rodoviária por volta das 7h para pegar o ônibus de 7h50 e chegar na consulta às 10h. O ônibus 910 chegou antes, às 7h20. Foi nesse momento que, segundo ela, o condutor disse que não a esperaria fechar o carrinho porque tinha um horário a cumprir.

“Eu fui no próximo, cheguei atrasada na consulta, mas enfim, consegui fazer”. Ela contou à reportagem que foi ajudada por uma mulher, que tirou foto do ônibus e falou: “Eu vou denunciar. […] foi super grosso” e publicou a história nas redes sociais.

Karen lamentou a situação, embora diga estar acostumada e não ser a única a sofrer com esse tipo de comportamento. “Acredito que não seja só eu que passo por isso, tanto idosos quanto crianças especiais, adultos especiais, que necessitam. É um direito nosso, de ir e vir”, lamentou.

EMTU

Em nota, a EMTU lamentou o ocorrido e informou que o caso está em apuração na concessionária. Caso seja constatado erro de conduta, o motorista será penalizado conforme as normas da empresa.

“A instrução da EMTU às concessionárias é sempre prestar atendimento cordial aos passageiros e orientá-los da melhor forma possível, mesmo que possa gerar atraso nas viagens como na situação relatada. Pedimos desculpas pelos transtornos causados à passageira”.

A companhia explicou que, no caso de ônibus seletivos como o veículo em questão, não há espaço interno para acomodar carrinho de bebê aberto, mas sim assentos especiais direcionados para cadeirante.

“A orientação da EMTU dada às concessionárias é para que as crianças, por segurança, sejam acomodadas nos assentos do veículo, com o responsável, e o carrinho colocado fechado no bagageiro inferior. Já nos ônibus convencionais, esses possuem espaço amplo reservado a cadeirantes, o que possibilita, dependendo do tamanho do carrinho, o transporte do equipamento aberto”.

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