Construtora de prédio evacuado às pressas reembolsará moradores

Edifício em Praia Grande (SP) continua totalmente interditado nesta quinta-feira (15). Moradores tiveram que deixar o local com urgência.

A Construtora e Incorporadora de Imóveis JR Ltda. do prédio evacuado após danos estruturais em Praia Grande, no litoral de São Paulo, informou que reembolsará os moradores prejudicados com gastos de hospedagem. Segundo nota da administração do condomínio Giovannina Sarane Galavotti, situado na Avenida Jorge Hagge, a empresa também disponibilizou 16 quartos em um hotel da cidade.

O edifício em questão tem 23 andares e 133 apartamentos. Os moradores tiveram que deixar o imóvel na última terça-feira (13), depois que uma vistoria indicou danos nas pilastras do prédio, que tem 19 pavimentos residenciais.

Comunicado feito pelo condomínio

No comunicado desta quinta-feira (15), a administração do condomínio informou que os representantes da empresa continuarão o processo de alocação das famílias, buscando alternativas para as que têm animais de estimação. Procurada, a construtora garantiu que fará a medida.

“Importante destacar que não havia qualquer obra em andamento no prédio, a documentação está em dia e uma comissão de moradores vem acompanhando todas as etapas”, disse a nota do condomínio.

A equipe de reportagem apurou que o prédio foi entregue em dezembro de 2011, mas não foi informada se o edifício ainda está na garantia ou por qual motivo a construtora decidiu arcar com os custos.

Prédio está estabilizado

Técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), a da Defesa Civil e da Secretaria de Urbanismo (Seurb) de Praia Grande fizeram uma vistoria no prédio na última quarta-feira (14). Além disso, o condomínio iniciou a contratação de um engenheiro como perito independente para acompanhar os laudos e execução do plano.

“Recebemos ainda a visita de técnicos do CREA-SP, engenheiros da construtora, Prefeitura, Defesa Civil e todos reforçaram que o prédio está estabilizado e não corre risco de queda iminente. Agora, estamos em contato com a construtora para seguir no apoio às famílias com alojamento e outros itens”, explicou Marco Ávila, síndico do prédio e morador, em nota.

Agora, segundo o condomínio, o foco dos trabalhos no edifício é a continuidade dos estudos sobre o que pode ter gerado o incidente e a elaboração, pela construtora JR, do plano de intervenção e conserto para ser apresentado às autoridades.

Somente após a aprovação, os trabalhos terão início será possível delimitar o tempo previsto de obras. Por enquanto, não há previsão de retorno dos moradores.

Escoras metálicas

A Prefeitura de Praia Grande informou que segue em execução para a colocação emergencial de cerca de duas mil escoras metálicas nas três pilastras danificadas. Desta forma, o edifício se encontra estabilizado. Mesmo assim, segue mantida a interdição total do local.

A ação emergencial tem como objetivo reduzir o máximo possível da carga estrutural dos pilares. Outra medida, que foi colocada em prática com a mesma meta, diz respeito ao esvaziamento da caixa de água do edifício.

Segundo a prefeitura, a partir desta quinta-feira (15), o condomínio e a construtora enviarão para a Prefeitura de Praia Grande o plano emergencial de escoramento e o projeto de recuperação definitiva das estruturas danificadas, além do laudo de condição da obra.

Toda a documentação será analisada pelo corpo técnico da Prefeitura. Com isso, a obra de recuperação poderá ser iniciada, fator determinante para um possível retorno dos moradores ao edifício.

Crea-SP

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) informou que está acompanhando o caso do edifício. Uma equipe de fiscalização do Crea-SP esteve no local para verificação das responsabilidades técnicas do empreendimento, tanto da empresa responsável pela obra quanto da contratada para a recuperação estrutural.

Por meio de notificação, o Conselho solicitou aos responsáveis pela edificação cópias das Anotações de Responsabilidades Técnicas (ARTs) referentes ao projeto estrutural, projeto e execução da obra, bem como a relação dos profissionais e empresas contratados para os serviços de escoramento e estabilização da estrutura.

Além disso, deverão ser apresentados ainda estudos, projetos e demais documentações sobre a recuperação estrutural, com emissão de laudos e pareceres.

Em caso de ocorrências, como esta, o Crea-SP disse que coleta os dados sobre os responsáveis técnicos pela obra ou serviço, bem como sobre a existência da ART para a sua realização. O Conselho instaura um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade pelo ocorrido, garantindo o cumprimento da legislação vigente.

O Crea-SP seguirá acompanhando todas as fases desse sinistro até sua recuperação total, solicitando os documentos e laudos necessários para apurar quanto a possível imperícia, imprudência ou negligência por parte de profissionais e empresas envolvidas.

Edifício Residencial Giovannina Sarane Galavotti foi interditado em Praia Grande — Foto: Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal e g1 Santos

Edifício Residencial Giovannina Sarane Galavotti foi interditado em Praia Grande — Foto: Vanessa Rodrigues

Moradores

A maioria das famílias residentes no edifício está hospedada na casa de parentes. O edifício conta com 23 pavimentos, além do subsolo. São 133 apartamentos distribuídos em 19 andares de moradias. Deste total, 80 são moradias fixas, já os demais são imóveis de veraneio. Cerca de 250 pessoas vivem permanentemente no local.

Segundo a prefeitura, desde a detecção do problema estrutural, na terça-feira (13), equipes das secretarias municipais de Urbanismo, Trânsito, Segurança Pública, além da Defesa Civil da Cidade, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, não mediram esforços para atuar na ocorrência.

Todas as equipes realizaram o acolhimento necessária aos moradores do edifício ao longo de toda a terça-feira (13). Uma subida controlada foi efetuada pelo Corpo de Bombeiros para que os moradores pudessem retirar dos apartamentos os animais de estimação, documentos e itens pessoais, além dos veículos que estavam nas garagens.

A maioria das famílias residentes no edifício está hospedada na casa de parentes. Segundo a prefeitura, cada família decidiu organizar sua logística para lidar com este período de interdição total do edifício.

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