Tiroteio deixa um homem morto e dois trabalhadores baleados no litoral de SP; operação soma 28 mortes

Segundo a SSP-SP, caso ocorreu na altura do Morro do São Bento, em Santos (SP), na manhã desta segunda-feira (19). Polícia afirma que houve confronto, mas moradores dizem que os agentes chegaram atirando no local.

Uma equipe da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) matou um homem suspeito e deixou dois trabalhadores feridos, na manhã desta segunda-feira (19), no morro do São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo. Segundo a polícia, houve um confronto. Os moradores, porém, dizem que os policiais chegaram atirando na comunidade. Com isso, subiu para 28 o número de suspeitos que morreram em decorrência da Operação Verão, que foi reforçada após o assassinato do PM da Rota Samuel Cosmo.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), policiais militares da Rota faziam patrulhamento no morro para averiguar uma denúncia de tráfico de drogas, por volta das 8h. Eles viram um grupo de suspeitos e, ao se aproximarem, os policiais teriam sido recebidos. Logo em seguida, houve confronto.

Um homem foi baleado e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste, mas não resistiu. Dois funcionários da Geologus, empresa contratada pela Prefeitura de Santos para executar serviços de contenção e drenagem no local, foram atingidos. Segundo a SSP, eles ficaram feridos por conta de “estilhaços”

“Chegaram atirando”

Um dos trabalhadores, baleado de raspão na perna esquerda, apresentou outra versão. Ele relatou que os policiais “chegaram atirando”, na entrada do morro. Uma mulher também foi testemunha do caso e conversou com a reportagem. Os dois preferiram não serem identificados.

O trabalhador contou que descia o morro para pegar um martelete – instrumento usado para quebrar pedras – quando se deparou com os agentes disparando contra o rapaz que morreu. Os tiros teriam atingido a cabeça do homem.

“Nós gritamos ainda: ‘aqui tem morador, tem morador’. Ele [PM] não quis saber e ainda deu outro tiro, que acertou eu e um amigo meu que estávamos trabalhando”, contou.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) compareceu ao local e socorreu o suspeito à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Noroeste, mas, segundo a prefeitura, ele morreu no caminho.

“Eu estava bem mais para cima e ele [homem morto] vinha de baixo para cima correndo. Foi mais de um [tiro], foi bem mais de um. Foram uns sete tiros, por aí, para mais”, lembrou o trabalhador.

‘Foi muito tiro’

Outra moradora, que preferiu se identificar apenas como Daiane, disse que descia para trabalhar quando tudo aconteceu. A Polícia Militar teria bloqueado a descida e subida de pessoas no local após os tiros.

“Foi muito tiro, muito tiro. Eram 8h quando começou o tiroteio. Mas, foi só da parte da polícia mesmo, não teve outro tiro, foi só fuzil”, relatou.

Antes de morrer, ela conta que o homem subiu correndo a ladeira do morro. “Eles balearam o menino, o menino caiu no chão. O trabalhador levantou a mão pra cima, falando que era trabalhador. E, mesmo assim, eles continuaram atirando”.

Os trabalhadores foram socorridos pelos próprios colegas de trabalho até a UPA, onde foram atendidos e liberados. Segundo a empresa relatou à prefeitura, ambos passam bem e não correm risco de morte.

Operação Verão

Segundo a SSP, durante a Operação Verão na Baixada Santista, iniciativa voltada ao combate à criminalidade, 681 suspeitos foram presos, incluindo 254 procurados pela Justiça. Além disso, foram apreendidos 158,8 quilos de drogas e 79 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito.

Até o momento, 28 pessoas morreram em confronto com a polícia, entre elas um homem apontado como o líder de uma facção criminosa envolvido com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos.

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