Raquel da Costa Santos, de 41 anos, trabalhava como garota de programa e foi achada sem vida na cama de um hotel em Santos (SP). O filho dela, de 21, lamentou o que foi o último adeus.
O filho de Raquel da Costa Santos, a garota de programa que foi encontrada morta após atender um cliente dentro de um hotel em Santos, no litoral de São Paulo, contou que a mãe era excelente pessoa e que deixa um legado de amor. Igor Santos De Souza, de 21 anos, disse que não entende o motivo de alguém querer matá-la e citou as qualidades da mulher, que deixou também uma filha de 12 anos.
“Era uma pessoa que não via mal em ninguém, que fazia o bem sem olhar a quem, e ajudava todo mundo sem medir esforços”, afirmou o jovem. Ele foi quem encontrou Raquel já sem vida em um hotel na Rua Bittencourt, no Centro de Santos, na terça-feira (21).
Ela trabalhava como garota de programa e foi localizada após atender um cliente, que deixou o local. Ainda não se sabe em qual circunstância a mulher foi deixada no quarto, se estava com vida ou não mais.
De acordo com Igor, ele passou o fim de semana com a mãe e a morte repentina foi uma grande surpresa. “Não imaginamos que seria um adeus. […] ela não tinha problemas com ninguém. Até agora não dá para entender o porquê disso. Essa história está muito estranha e mal contada, mas Deus sabe de todas as coisas”, disse.
Raquel da Costa Souza, de 41 anos, foi encontrada morta em hotel no Centro de Santos (SP) — Foto: Redes sociais e Abner Reis
A relação do jovem com a mãe era de muita confiança. “Nós éramos muito abertos um com o outro”, afirmou, dizendo que Raquel se fazia muito presente, apesar de morar em Itanhaém, enquanto ele e a irmã moram em Guarujá.
“Sempre íamos visitá-la. Nós éramos muito próximos, conversávamos todo dia […]. Era uma mãe que fazia de tudo por nós, podendo ou não”.
Ele descreveu Raquel como uma pessoa alegre e carinhosa. “Amorosa com todo mundo, uma pessoa de bom coração. Ela gostava de dançar, onde chegava alegrava todo mundo”, finalizou Igor.
Corpo encontrado
De acordo com o boletim de ocorrência, o corpo de Raquel foi encontrado após uma desconfiança de Igor. Sem conseguir contato com a mãe, ele acionou uma amiga dela, que informou o hotel onde Raquel poderia estar. O jovem se foi até o local e pediu para que os funcionários abrissem a porta, quando se deparou com a mãe morta na cama.
A PM e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados e, no local, os profissionais de saúde confirmaram a morte. A polícia informou que atua para identificar e ouvir o homem com quem ela estava, que foi registrado em câmeras de monitoramento.
“A princípio não tem muita relação para nós, [mas] a gente vai identificar todo mundo que conversou com essa vítima”, disse o delegado da 3ª Delegacia de Homicídios, Thiago Bonametti.
Raquel trabalhava como garota de programa em Santos (SP) e foi registrada por câmeras de monitoramento antes de ser encontrada morta — Foto: Reprodução
Cena do crime
À TV Tribuna, afiliada da Globo, o delegado Bonametti falou sobre a cena do crime. “A princípio não foi verificado nenhum sinal muito evidente de violência, apesar de ter um pouco de sangue no local. É uma secreção [sangue] comum ali e pode ocorrer de diversas formas. Não havia nenhum ferimento que chamasse atenção nos exames iniciais”, disse o delegado.
De acordo com Bonametti, a investigação ainda depende do resultado dos exames, pois a causa da morte é desconhecida. Ele contou que a perícia realizou um exame perinecroscópico inicial [averiguação visual do perito sobre o corpo], mas não apontou nada que pudesse indicar o que levou Raquel à morte.
“Nós vamos ter que aguardar o exame de corpo de delito, o exame necroscópico do perito legista para dizer qual a causa efetivamente da morte dela e eventualmente algum outro desdobramento”, ressaltou ele. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande.
O caso foi registrado como morte suspeita e localização e apreensão de objeto no 1º DP de Santos. Foi apurado que objetos seriam pinos de cocaína, da droga consumida pelo homem que estava com a vítima, que não era usuária de entorpecentes, de acordo com uma pessoa próxima.
O Hotel Brasul, onde Raquel foi encontrada morta, foi procurado pela equipe de reportagem, mas não atendeu as ligações.