Condomínio informou que houve a ruptura de dois pilares. Edifício está em obras de recuperação desde que foi esvaziado em fevereiro.
O prédio que precisou ser evacuado às pressas após apresentar danos estruturais em fevereiro voltou a assustar moradores de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Vizinhos do edifício disseram sentir tremores vindos do prédio na manhã deste sábado (1º). O condomínio informou que houve a ruptura de dois pilares, mas a construtora responsável disse que não há risco para a edificação, que segue totalmente interditada e passa por obras de recuperação.
O Condomínio Giovaninna Sarane Galavotti, de 23 andares e 133 apartamentos, fica na Avenida Jorge Hagge, no bairro Aviação, a uma quadra da praia. O prédio foi esvaziado no dia 13 de fevereiro em decorrência de danos estruturais em três colunas.
No entanto, mesmo vazio, o edifício é motivo de preocupação constante para a vizinhança, que ouviu estrondos acompanhados de tremores às 7h30 e 9h30 deste sábado (1º). Jackeline Ponce Flamino, de 34 anos, informou que levou um susto com o barulho.
“Foram dois estrondos. […] No primeiro, estava deitada no sofá e senti tremer. Ouvi na avenida o barulho de coisas quebrando e, quando fui ver, eram as pastilhas do azulejo do lado de fora do condomínio”, conta.
A mulher acionou a Defesa Civil de Praia Grande. “Quem me atendeu disse que tinha uma viatura a caminho porque já tinha recebido outra reclamação”, relatou Jackeline, que foi até a rua e encontrou outros vizinhos assustados.
“Volta o trauma que foi da outra vez e a gente fica com medo. Eu estou me tremendo. Ninguém está se sentindo confortável e seguro”, enfatizou.
A empresária Jussara Soares Gonçalves Martins, de 50 anos, também sentiu os tremores e resolveu questionar uma das funcionárias que estava trabalhando nas obras do condomínio, mas não foi bem atendida.
“Estão querendo abafar, mas não tem como abafar. Eu sou moradora há três anos e meio. Estou de frente para piscina [do edifício em obras]. Essa semana eles descobriram uma rachadura enorme, imensa, e tiveram que quebrar a parte de baixo”, lamentou.
A expectativa das vizinhas é que haja uma solução definitiva para o prédio. “Queremos ver se de uma vez por todas, implodem esse prédio ou fazem alguma coisa para a gente voltar a ter paz”.
Prédio passa por obras de recuperação em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo Pessoal/Jussara Soares
Construtora e administradora
Em nota, a Construtora e Incorporadora de Imóveis JR Ltda., informou que o barulho ouvido por moradores é decorrente de obras realizadas para reforço estrutural do edifício, que está estabilizado e seguro.
“Não há risco para edificação, muito menos para os moradores da região. Tão logo os trabalhos sejam concluídos, os moradores poderão retornar para seus apartamentos, com o aval dos órgãos públicos”.
A administração do Condomínio Giovannina Sarane Galavotti afirmou que foi comunicada pela construtora que houve a ruptura de dois pilares no subsolo durante a execução de trabalhos de reforço estrutural do edifício.
“Estes pilares já estavam sendo preparados para receber elementos de sustentação e terão prioridade para conclusão. Já foram feitas medidas de contenção e as autoridades responsáveis notificadas”.
Ainda segundo a nota, todo projeto de reforço foi elaborado e é acompanhado pelo engenheiro civil e professor universitário, Hildebrando Pereira dos Santos Júnior. “A prioridade é garantir o retorno em segurança dos moradores”.
Prefeitura
A Prefeitura de Praia Grande afirmou que recebeu relatos de moradores que ouviram barulho forte no local, mas não foi registrada nenhuma ocorrência de abalo na estrutura do edifício.
“Seguem sendo realizadas as obras de recuperação definitiva das estruturas danificadas do edifício Giovannina Sarane Galavoti, localizado na Avenida Jorge Hagge, número 80, no Bairro Aviação. A edificação continua com interdição total”, informou a prefeitura.
Segundo a administração municipal, uma equipe segue acompanhando o caso. No entanto, há autorização para as obras.
Relembre o caso
O edifício em questão tem 23 andares e 133 apartamentos. Os moradores tiveram que deixar o imóvel no dia 13 de fevereiro, depois que uma vistoria indicou danos em três pilastras do prédio, que tem 19 pavimentos residenciais.
Segundo a Prefeitura de Praia Grande e o Corpo de Bombeiros, as pilastras sofreram cisalhamento [ruptura por esforços]. As pilastras danificadas foram localizadas no subsolo, térreo, G1 [Garagem 1] e G2 [Garagem 2].
A Construtora e Incorporadora de Imóveis JR Ltda informou que reembolsará os moradores prejudicados com gastos de hospedagem.