Reajuste entra em vigor nesta quarta-feira. Aumento é o primeiro desde que Jean Paul Prates assumiu a presidência da estatal. Ações fecham com direções contrárias.
A Petrobras anunciou nesta terça-feira que vai elevar os preços da gasolina e do diesel a partir de amanhã. É a primeira vez que a empresa aumenta os combustíveis desde que Jean Paul Prates assumiu a presidência da estatal, no fim de janeiro.
A partir desta quarta-feira, a Petrobras aumentará em R$ 0,41 por litro o seu preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 2,93 por litro. O aumento representa uma alta de 16,3%. A Petrobras também reajustou em 25,8%, para R$ 3,80, o preço do diesel.
Apesar do reajuste, os preços continuam defasados em relação ao mercado internacional. De acordo com dados da Abicom, que reúne os importadores, e da consultoria CBIE, a gasolina ainda ficará 21,6% mais barata que no exterior.
No caso do diesel, o preço será 9% inferior ao do mercado internacional, o que indica que novos reajustes poderão vir por aí.
Corrida dos postos a distribuidoras
A alta do diesel será a primeira no ano. No caso da gasolina, o preço do combustível havia sido elevado em 25 de janeiro. No dia seguinte, o Conselho de Administração da Petrobras elegeu Prates para comandar a companhia.
Naquela época, o preço do barril do petróleo havia encostado em US$ 87. Nas últimas semanas, o petróleo também vinha subindo, embora hoje esteja em queda. Por volta de 10h, o Brent caía 0,85%, cotado a US$ 84,48.
Os preços dos combustíveis cobrados pela Petrobras estão descolados dos praticados no mercado internacional, o que acabou inibindo a importação por concorrentes. Com isso, a estatal teve que aumentar as compras externas de combustíveis, para atender a demanda.
A defasagem nos preços, que chegou a mais de 20% nos últimos dias, indicava que o reajuste seria iminente, o que acabou levando a uma corrida de postos de gasolina às distribuidoras. A ideia era assegurar a compra de combustíveis com preços menores para fazer estoques.
Reação do mercado
Ontem, a federação que reúne postos confirmou que havia restrição na entrega de combustíveis, mas não há risco de desabastecimento.
O reajuste dos combustíveis anunciado hoje também é o primeiro desde que a Petrobras alterou sua política de preços, em maio. Desde então, os preços dos combustíveis deixaram de acompanhar os preços no exterior, gerando dúvidas entre analistas.
O mercado esperava um novo reajuste, tanto que as ações subiram com força logo após o anúncio. O movimento, no entanto, perdeu força ao longo do dia, em linha com a piora nos mercados no Brasil e no exterior.
As ações ordinárias (PETR3, com direito a voto) caíram 0,21%, negociadas a R$ 33,56, após atingirem a máxima de R$ 35,32. Os papéis preferenciais (PETR4, sem direito a voto) avançaram 0,72%, cotados a R$ 30,86, depois de tocarem os R$ 32,15.
Valores da gasolina cobrados nas refinarias
- 07/12/2022 – R$ 3,08
- 25/01/2023 – R$ 3,31
- 01/03/2023 – R$ 3,18
- 17/05/2023- R$ 2,78
- 16/06/2023 – R$ 2,66
- 01/07/2023 – R$ 2,52
Valores do diesel cobrados nas refinarias
- 07/12/2022- R$ 4,49
- 08/02/2023 – R$ 4,10
- 01/03/2023 – R$ 4,02
- 23/03/2023 – R$ 3,84
- 29/04/2023 – R$ 3,46
- 17/05/2023 – R$ 3,02
- 16/08/2023 – R$ 3,80