Jovem de MG descobre bala alojada na cabeça após confundir tiro com pedra

Projétil penetrou o cérebro do rapaz, e devido a isso, ele apresentou espasmos no braço, que o fez procurar um médico.

Um jovem mineiro de 21 anos achou que havia levado uma pedrada enquanto curtia as festas de final de ano em Cabo Frio (RJ), mas descobriu que, na verdade, havia levado um tiro. Mateus Facio ficou quatro dias com a bala alojada na cabeça, e só fez a descoberta após o braço dele sofrer espasmos. 

O estudante passava alguns dias na cidade na cidade do litoral norte do Rio de Janeiro com alguns amigos, e no dia 31, foi atingido com força na cabeça. “Imaginei que fosse uma pedrada, algo do tipo. Foi tipo um barulho de explosão, quando explode uma bomba, porém dentro da minha cabeça. Estancou o sangramento, fomos embora, tomei banho, fui para as festas”, relatou.

Ele não sentia dores, e conseguiu curtir o réveillon com os amigos numa boa. No dia 2, enquanto voltava para Juiz de Fora (MG), onde mora, enfrentou um trânsito de sete horas. Dois dias depois, o rapaz acordou com dificuldades para movimentar o braço direito, e então resolveu procurar um médico. 

“Esse braço estava normal e esse estava meio caído. Eu sentia os dedos mexendo, mas parece que eu não tinha confiança para pegar alguma coisa. De repente, começou a dar uns espasmos musculares, e tava toda hora dando um arranco”, detalhou.  

Após uma tomografia, ele descobriu que a bala estava alojada no seu crânio. “Parte dela penetrou no cérebro e isso causou compressão da região, e os movimentos involuntários no braço”, explicou o  neurocirurgião, Flávio Falcometa. 

Mateus ficou duas horas em cirurgia, e foi encaminhado para o CTI, onde ficou internado por dois dias. “Por poucos milímetros, ela poderia causar um dano bem mais grave. Ficar com o braço paralisado, ou metade do lado do corpo paralisado. Foi arriscado para o paciente. A gente acredita que em 20 ou 30 dias, ele vai seguir com a vida normal dele”, explicou o médico

“Uma pessoa ficar com uma bala na cabeça e não sentir nada, e até então, não sentir nada, é inexplicável. Nasceu de novo”, disse a mãe dele, Luciano Facio. 

O rapaz prestou depoimento à Polícia Civil de Cabo Frio, que investiga o caso. Aos poucos, a vida dele vai voltando ao normal, e no próximo mês, já começa a cursar medicina. “No hospital, no tempo que eu fiquei internado, eu realmente vi que era o que eu realmente queria. Ser um bom médico, e com certeza, buscar salvar a vida das pessoas, cuidar bem de todo mundo no geral”, finalizou.

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