Caso aconteceu em Itanhaém (SP). Imagens obtidas mostram uma briga ‘generalizada’ na unidade de saúde.
Uma confusão generalizada tomou conta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itanhaém, no litoral de São Paulo, após funcionários se desentenderem com o acompanhante de uma paciente e entrarem em luta corporal. Imagens obtidas neste domingo (10), mostram as agressões que assustaram quem estava no local.
O ajudante de pedreiro Wesley Silva, de 22 anos, contou que estava acompanhando a esposa na unidade de saúde localizada na Rua José Ernesto Bechelli, no bairro Sabaúna, uma vez que a mulher estava com dor de cabeça, febre e sintomas respiratórios.
À equipe de reportagem, Wesley disse ter sido agredido junto com a esposa por funcionários da unidade de saúde após um, desentendimento que, ainda segundo ele, começou quando uma funcionária do controle de acesso ‘problematizou’ o fato dele acompanhar a esposa na consulta.
Em nota, a Prefeitura de Itanhaém informou que servidoras e servidores municipais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foram agredidos “por um usuário que aguardava atendimento” (confira o posicionamento completo do município no fim da reportagem).
Confusão e agressões
Wesley disse ter acompanhado a mulher na triagem, mas ressaltou que os problemas começaram quando ela foi chamada para o corredor onde aguardaria atendimento. De início, os funcionários explicaram que acompanhantes só eram permitidos para idosos e menores de idade, mas o homem disse que a companheira não estava bem para ficar sozinha. Por isso, teve a entrada dele foi permitida.
O homem relatou que, em seguida, uma funcionária do controle de acesso o questionou sobre o assunto. Ele disse ter demorado alguns segundos para respondê-la. “Acho que ela se sentiu ignorada e perguntou se minha mãe não havia me dado educação. E respondi que sim, minha mãe tinha me dado educação, porém tinha me ensinado também com quem usar, já que ela estava sendo grosseira comigo naquele momento”.
Segundo ele, a funcionária não gostou da resposta, mas se afastou e retornou ao serviço. Momentos depois, a esposa dele foi chamada para o consultório. A paciente entrou na sala, mas o marido demorou um pouco para também se deslocar. Por isso, ele foi novamente questionado pela funcionária.
“Disse que como eu estava lá como acompanhante, tinha que estar acompanhando [a esposa] na consulta. Pedi só alguns segundos, que acabaria de responder uma mensagem e já entraria no consultório”, relembrou Wesley.
Confusão aconteceu em UPA de Itanhaém (SP) — Foto: Reprodução
Segundo o ajudante de pedreiro, a funcionária respondeu que iria retirá-lo da UPA, mas ele argumentou que o local é um prédio público e não teria motivo para sair, pois estava acompanhando a esposa. Desta forma, a mulher informou que acionaria a Guarda Civil Municipal (GCM).
O homem perguntou a identificação da funcionária, que disse estar sem crachá. Por isso, Wesley ameaçou fotografá-la. “Foi quando ela se alterou ainda mais, exaltando-se e gritando comigo. No momento que eu fui registrar aquele ato, ela acabou tomando o celular da minha mão e partindo para cima de mim”.
Wesley explicou que a esposa dele tentou intervir e acabou sendo agredida. Na confusão, a paciente foi levada de novo para uma sala. “Me deparei com a porta fechada e uma funcionária da UPA escorando essa porta. No momento tive que entrar à força e, quanto cheguei, vi minha esposa cercada por funcionários da UPA sendo agredida novamente”.
O jovem falou que tentou imobilizar uma funcionária para que a esposa conseguisse deixar o local, pois estava quase desmaiando. “Nessa tentativa de imobilização, chegou o outro rapaz que também era funcionário da UPA pelas minhas costas, me deu uma gravata, me jogou no chão por cerca de alguns instantes. Fui obrigado a fazer manobra de defesa para poder não ser asfixiado naquele momento”, enfatizou.
Nas imagens, é possível ver Wesley em luta corporal com o funcionário, enquanto outros pacientes e funcionários tentavam separar. Segundo o homem, a Polícia Militar e a GCM foram acionadas, encaminhando todos para a delegacia, onde o caso foi registrado.
Prefeitura
O município informou, por meio de nota, que servidoras e servidores municipais da UPA foram agredidos por um “usuário que aguardava atendimento”.
“A Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar foram acionadas. A GCM encaminhou o agressor e as vítimas para a delegacia”, acrescentou o município, em nota.
A administração municipal ainda informou que a UPA atende em média 600 pessoas por dia e o quadro de médicos está completo. “A Prefeitura de Itanhaém repudia qualquer tipo de violência contra servidoras e servidores e informa que será prestado todo apoio necessário”.
Procurada a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) não se manifestou sobre o caso até a publicação desta matéria.