Sergio Luís Pereira teria se jogado no mar após escutar o desafio entre outros dois passageiros da embarcação, que fazia a travessia entre Santos e Guarujá. Eles apostaram R$ 50 para que um ambulante pulasse na água.
Um homem de 43 anos morreu afogado após pular de uma barca em movimento, que fazia travessia entre Vicente de Carvalho, em Guarujá e Santos. Sergio Luís Pereira teria se jogado no mar após escutar o desafio entre outros dois passageiros da embarcação, que apostaram R$ 50 para que um ambulante pulasse na água.
De acordo com informações da Polícia Civil, guardas portuários faziam patrulhamento na região portuária de Santos quando foram informados de uma ocorrência de vítima de afogamento, por volta das 15h, na sexta-feira (18).
No local, as autoridades foram informadas que a pessoa foi resgatada por um barqueiro, que passava pelo local. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e encaminhou a vítima para a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Central, onde foi constata a morte.
Um testemunha relatou às autoridades que, no trajeto entre as duas cidades, um passageiro teria recusado a compra de balas de um ambulante. Mas, ele ofereceu o valor de R$ 50, caso o vendedor pulasse na água.
Ainda segundo o relato, o ambulante recusou a aposta, mas Sérgio teria dito aos dois homens que ele pularia no mar pelo dinheiro. Na sequência, a vítima se jogou da barca, já próximo ao ponto de atracação em Santos. O homem não conseguiu nadar, se debateu por alguns segundos, e em seguida, se afogou.
A polícia solicitou exame no Instituto Médico Legal (IML). O caso foi registrado como morte suspeita no 5º Distrito Policial do Porto de Santos. A polícia informou que vai investigar a ocorrência.
Em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) que lamentou o incidente ocorrido na travessia Santos e Vicente de Carvalho. A Semil esclareceu que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações do caso e reforça, ainda, que a segurança dos usuários depende do respeito às orientações da tripulação e das equipes em terra.
Família
Anna Ísis, irmã da vítima, disse que a família contestou a versão do boletim de ocorrência e que todos estão angustiados para saber de fato o que aconteceu. “Não é possível que meu irmão pulou da barca e ninguém viu, ninguém gravou, ninguém postou nada? Como assim gente, um local que sempre está movimentado, ninguém viu nada ?”, escreveu ela.
A mulher ainda questionou se a morte do irmão teria sido por causa de uma aposta. “Cadê o momento da aposta? Hoje em dia gravam tudo e ninguém gravou o momento da aposta? Ninguém viu meu irmão aceitando a aposta. Só falaram que o cara diz ter feito a aposta”, disse ela.
Anna disse que a família quer respostas e provas e que, somente com isso, ficarão em paz. “Onde estavam as pessoas que não socorreram quando dava tempo? Porque só pularam na água quando viram meu irmão desmaiado? Cadê os salva vidas que não tinha no local? Quero respostas e isso não vai fica assim. Só nós familiares sabemos como está nosso coração, uma perda sem explicação concreta”.