Torcedores do Santos pagam promessa e andam de joelhos na praia após vitória do time

Gabriel e Yuri andaram ajoelhados do canal 2 ao 3 após vitória do Santos contra o Bahia fora de casa.

A orla da praia de Santos, no litoral de São Paulo, foi cenário escolhido por dois torcedores do Santos Futebol Clube para pagar uma promessa. Os amigos Gabriel Atik da Costa Ramos, de 23 anos, e Yuri Toledo Piza do Nascimento, de 22, andaram ajoelhados por mil metros na areia da praia após a vitória do Alvinegro sobre o Bahia pela 22º rodada do Campeonato Brasileiro, competição em que o time luta contra o rebaixamento.

Sob sol forte, a dupla levou 1h17 minutos para cumprir o desafio na última terça-feira (19). Segundo Gabriel, a promessa de realizar o trajeto com os joelhos parecia algo simples, mas surpreendeu pela dificuldade. “Foi muito sofrimento”, disse.

Apaixonados pelo Santos FC desde a infância, Gabriel e Yuri tinham acabado de assistir a derrota do Peixe para o Cruzeiro, por 3 a 0, na Vila Belmiro, quando decidiram fazer a promessa, visando o jogo seguinte, contra o Bahia fora de casa.

“Estávamos saindo da Vila, após Santos e Cruzeiro, derrotados e quase sem esperança, mas lembramos que se trata do Santos Futebol Clube”, falou Gabriel, que se agarrou na história vitoriosa do clube para acreditar na virada, e na permanência na Série A.

Mas ele e Yuri queriam mais do que só acreditar. Eles sacrificaram os joelhos para agradecer pela vitória diante do tricolor baiano, e dessa maneira, sobre os joelhos, se deslocaram do canal 2 ao 3.

Torcedores andaram ajoelhados pela faixa de areia de Santos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Torcedores andaram ajoelhados pela faixa de areia de Santos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

“Após virada heroica do Santos, por 2 a 1, ficamos em êxtase. No dia seguinte, fomos para praia debaixo de um sol insano”, explicou Gabriel.

Ambos sabem que os três pontos conquistados contra o Bahia não os tira da zona do rebaixamento, mas acreditam que já aliviam a pressão sobre o time e mostram que é possível escapar do rebaixamento.

Pagando a promessa

Yuri contou que eles fizeram primeiro o trajeto andando normalmente para terem noção da distância. A volta, portanto, foi pagando a promessa. “Nossos joelhos ficaram bem machucados, mas tudo valeu a pena depois. O joelho sara”, relatou.

“A gente foi até o nosso limite e, quando não aguentava mais, terminamos o trajeto pelo mar”, disse Gabriel. Após cumprirem a meta, os amigos deram um mergulho e foram para casa.

“Eu sempre ‘trabalho’ com promessa, tenho muita fé. Acredito que a fé move montanhas, como diz o ditado”, disse Yuri.

Vídeo nas redes sociais

Yuri publicou o caso nas redes sociais a fim de provar, aos que não acreditaram, que havia cumprido a promessa. De acordo com ele, um amigo torcedor de outro time os acompanhou e gravou o percurso.

A repercussão na web, no entanto, não foi a esperada. Eles receberam muitas críticas. “Adoram falar da vida dos outros. O que eu adoro fazer é torcer para o meu time sem fazer mal para ninguém”, disse.

E Yuri complementou: “Enquanto eu puder ajudar meu time, da maneira que eu posso, eu vou estar fazendo porque o Santos é a nossa vida”, finalizou.

Gabriel e Yuri são amigos fanáticos pelo Santos FC — Foto: Arquivo pessoal

Gabriel e Yuri são amigos fanáticos pelo Santos FC — Foto: Arquivo pessoal

Má fase do Santos

De acordo com a dupla, a má fase do clube no futebol é triste, mas não altera em nada o sentimento pelo clube. Gabriel acredita até que o torcedor se aproxime mais do time.

“A torcida do Santos cobrou na hora que tinha que cobrar e, agora, é apoio incondicional até o fim para passar confiança aos jogadores e conseguir sair dessa”, afirmou o jovem.

Ele diz que, no futuro quer fazer mais pelo clube do coração. “Estudo psicologia. Se Deus quiser, no futuro, serei psicólogo do Santos e ajudarei o time de outra maneira, mas, por enquanto, teve que ser na fé”, enfatizou.

Segundo Yuri, um clube com a grandeza do Santos não pode ficar em uma situação ruim por tanto tempo e a torcida não pode abandoná-lo. “Mesmo há três anos só colecionando fracassos, só colecionando vexames, é uma paixão. É algo que a gente carrega dentro da gente que nunca vai mudar”.

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