MP-SP pede que médico ligado a facção criminosa e envolvido em morte de paciente volte à penitenciária

Justiça acatou pedido dos advogados de Alexandre Pedroso, de 55 anos, e converteu a prisão dele de preventiva em domiciliar. A defesa do médico alegou que ele teria problemas psiquiátricos e necessidade clínica de tratamento.

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu a suspensão de recurso da Justiça que converteu a prisão preventiva em domiciliar do médico Alexandre Pedroso, de 55 anos, dono de uma mansão em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele foi preso por ter facilitado a execução de um paciente no Hospital Santo Amaro (HSA), no ano passado. Em 2021, a polícia apreendeu 60 quilos de drogas na casa dele e, neste ano, se tornou réu por tráfico de drogas.

As investigações dão conta que o médico é ligado à maior facção criminosa do país. Pedroso estava na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (SP) — a data em que deixou o local não foi informada. Caso segue sob segredo de Justiça.

Os advogados do médico sustentaram que Pedroso, por ser dependente químico, era incapaz de entender que estava cometendo um crime. Segundo apurado, a Justiça considerou os argumentos de que o réu teria problemas psiquiátricos com necessidade clínica de tratamento medicamentoso controlado e psicoterápico.

Dessa forma, a prisão domiciliar foi autorizada com as seguintes regras: permanecer restrito internamento no endereço fornecimento, podendo ausentar-se uma vez ao mês para tratamento médico, mediante prévia comunicação; proibido de manter contato com testemunhas do processo.

Além disso, segundo apurado, entre as medidas determinadas pelo juiz estavam a suspensão do exercício profissional até o julgamento; cancelamento do passaporte e disponibilização e aplicação de tornozeleira eletrônica.

No entanto, o MP-SP ingressou, na última terça-feira (21), com uma medida cautelar com pedido de liminar para que a decisão do juiz seja suspensa e seja decretada a prisão preventiva do médico.

Drogas em mansão

Em 2021, a Polícia Civil encontrou mais de 60 kg de drogas na residência de Pedroso, no Jardim Acapulco, um condomínio de luxo em Guarujá. A equipe foi ao local para cumprir mandado de busca e apreensão.

De acordo com a autoridade policial, as drogas estavam embaladas em formato de tijolos e foram encontradas dentro de malas de viagem, mochilas e um saco de tecido jeans. No total, foram apreendidos pouco mais de 53 kg de cocaína, 11,5 kg de crack e quatro celulares.

Ninguém foi encontrado na ação. Porém, uma vez identificada a relação entre a residência e Pedroso, o médico se tornou alvo de investigação. Em 2023, ele virou réu por tráfico de drogas.

Execução em hospital

O médico também é suspeito de envolvimento na execução de paciente no Hospital Santo Amaro. O caso ocorreu no dia 24 de abril de 2022. As câmeras de monitoramento do hospital flagraram Pedroso no momento do crime (veja o vídeo no início da reportagem).

A vítima, identificada como Gilianderson dos Santos, de 37 anos, foi morta a tiros por dois homens. Eles seguiram o médico após uma breve saída do local. A ação durou menos de um minuto.

Um plantonista, que preferiu não se identificar, relatou que o clima foi de “desespero” e “pânico” após o ataque. A reportagem também teve acesso a trechos do depoimento que a irmã da vítima prestou na Delegacia de Polícia Sede de Guarujá. Segundo ela, Gilianderson era usuário de drogas, mas “não tinha inimigos”.

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