Mulher foi sentenciada a 18 anos de prisão, enquanto o padrasto da criança recebeu pena de dois anos e quatro meses de reclusão. Caso aconteceu em Guarujá (SP).
Lucilene Pereira dos Santos foi condenada a 18 anos de prisão por espancar e torturar a filha até a morte, em Guarujá, no litoral de São Paulo. O marido dela e padrasto da criança, que à época tinha 11 anos, também foi sentenciado no tribunal do júri. Ele recebeu uma pena de dois anos e quatro meses de reclusão em regime aberto por participar dos atos de tortura.
O crime aconteceu em 24 de agosto de 2021. Clara Regina Pereira Santos foi encontrada morta pelas irmãs e o próprio padrasto. Ela estava deitada em um colchão, coberta por um lençol, na casa da irmã mais velha, que fica no mesmo terreno em que a mãe morava com o companheiro e outros irmãos, no Morro do Engenho.
A mãe, agora condenada pelo crime, fugiu de casa pouco tempo depois de ter matado a criança. Ela foi encontrada pela Polícia Militar no dia seguinte ao homicídio.
Em 23 de novembro, a pedido do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Luciele foi condenada pelo tribunal do júri a 18 anos de prisão, sendo 16 anos pelo homicídio e 2 anos pelas torturas.
Clara Regina morreu após ser espancada. Suspeita do crime é a própria mãe, segundo a polícia
De acordo com o MP-SP, as torturas incluíam vendar e amordaçar a vítima, assim como desferir socos no rosto, chutes na costela e pisões no pescoço. Os atos de violência eram cometidos quando a menina fazia algo que desagradava a mulher e o marido, Maicon Saustino de Souza — este condenado pelo crime de tortura.
O plenário do júri reconheceu que o homicídio foi praticado com três qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa.
Padrasto de menina de 11 anos foi preso por participação em tortura nesta terça-feira (19). Mãe foi presa pela morte em agosto — Foto: Reprodução
Maus-tratos no dia da morte
Conforme o relato de uma testemunha próxima da família ao g1, a mãe não se dava bem com a menina. Clara seria submetida a agressões físicas pela mãe com frequência. “Apanhava com madeira, borracha. As outras filhas, geralmente, não apanhavam”, disse.
Diversas denúncias foram feitas ao Conselho Tutelar da cidade, para relatar as agressões sofridas por Clara. A última delas foi feita justamente no dia da morte da menina. Pela manhã, segundo a testemunha, conselheiros tutelares e assistentes sociais teriam ido à residência da família.
Padrasto incentiva tortura
Pouco tempo depois da prisão da mãe, uma testemunha enviou um vídeo à Polícia Civil. No material, a mulher aparece batendo na criança com o padrasto a incentivando a continuar as agressões. Um vizinho confirmou à polícia que a voz pertence a Maicon Saustino de Souza.
Caso ocorreu na Avenida Benedito Lemos, no Morro do Engenho, em Guarujá — Foto: Reprodução