Vereadores de Guarujá, SP, votam contra afastamento do prefeito Válter Suman, denunciado pelo MPF

Votação ocorreu na 39ª Sessão Ordinária, na noite da última terça-feira (5). Somente quatro parlamentares votaram a favor da denúncia.

A maioria dos vereadores de Guarujá, no litoral de São Paulo, votaram contra o afastamento do prefeito Válter Suman (PSDB) do cargo, na noite desta terça-feira (5). Segundo apurado, dois pedidos de impeachment e uma denúncia foram apresentados na Câmara Municipal e rejeitados pela maioria dos parlamentares.

O atual chefe do Executivo foi denunciado pelo Ministério Público Federal por envolvimento em fraudes a licitações e o desvio de verbas públicas destinadas à execução de ações e serviços de saúde de Guarujá, relacionadas à denominada Operação Nácar, da Polícia Federal.

Na 39ª sessão ordinária da Câmara, nesta terça-feira (5), o vereador Raphael Vitiello (PSD) mencionou a denúncia que também recaiu sobre o ex-secretário de Educação Marcelo Nicolau. Ele citou, entre outros pontos relevantes da operação, o episódio em que a Polícia Federal encontrou R$ 42.600 em um armário no gabinete do prefeito.

Na primeira leitura da denúncia, 4 dos 12 vereadores presentes votaram a favor. Com a chegada de Santiago dos Santos Ângelo (PP), na segunda votação, foram 9 os que votaram contra. Por fim, na terceira e última discussão, foram 9 votos contra e 4 favoráveis ao afastamento de Válter Suman.

Ao fim da sessão, foi determinado que as discussões sejam enviadas à Comissão de Fiscalização e Controle da Casa. Em contato com a Câmara Municipal de Guarujá para questionar sobre a decisão formada pela maioria dos parlamentares.

Denúncia

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça o prefeito de Guarujá, Válter Suman, e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau. Após análise, o MPF apontou que os dois estão envolvidos em fraudes a licitações e o desvio de verbas públicas destinadas à execução de ações e serviços de saúde de Guarujá, relacionadas à denominada Operação Nácar.

Segundo documentos obtidos pela TV Tribuna, afiliada da Globo, o prefeito Válter Suman é denunciado quatro vezes pelo crime de lavagem de dinheiro, por conta do material apreendido no dia 15 de setembro de 2021, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão durante a Operação Nácar.

Câmara Municipal arquivou pedido de impeachment contra o prefeito também no ano passado. — Foto: Nina Barbosa e Leandro Guedes/g1

Câmara Municipal arquivou pedido de impeachment contra o prefeito também no ano passado.

Na ocasião, as equipes visitaram quatro lugares diferentes relacionados ao prefeito e encontraram grandes valores em dinheiro. No apartamento do prefeito, em Guarujá, foram encontrados R$ 70 mil. Já em um flat, no bairro do Gonzaga, em Santos, cerca de R$ 300 mil estavam dentro de um cofre. No gabinete do prefeito, os policiais federais encontraram R$ 42.600 dentro de um armário, em uma caixa de luvas.

Já em um apartamento em São Paulo, onde estava Marcelo Nicolau, foram apreendidos mais de R$ 1.300 milhão. O imóvel pertence a família de Suman. Como Marcelo Nicolau estava no imóvel, ele também foi denunciado. O MPF afirma que os dois não comprovaram a origem dos valores.

Em 2021, o prefeito e o secretário foram presos em flagrante após a Polícia Federal (PF) localizar quase R$ 2 milhões em imóveis que estão ligados aos dois investigados.

Defesas

A defesa de Marcelo Nicolau informou que já apresentou provas que indicam que o ex-secretário não tem ligação com as denúncias apresentadas e que comprovou a origem legal do que foi apreendido com ele.

O prefeito de Guarujá, Válter Suman, informou que não foi citado ou notificado a respeito da denúncia do Ministério Público e ressalta que segue trabalhando. “A sua plena defesa, com documentação comprobatória, será apresentada no prazo legal após a sua citação”, disse a defesa, em nota.

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