Evangelista diz que sofreu intolerância religiosa após ser denunciado por orar em avenida

Homem de 48 anos contou que sempre vai às ruas para pregar a palavra de Deus com objetivo de alcançar “corações frustrados”. Prefeitura de Guarujá (SP) negou qualquer alegação de intolerância religiosa.

Um evangelista e eletricista alega ter sido vítima de intolerância religiosa ao ser denunciado enquanto fazia uma oração em rua comercial no distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Imagens obtidas nesta terça-feira (26), mostram o homem ministrando a oração e sendo cercado por dois guardas civis municipais.

“Eu não me envergonho, isso aqui é para cumprir o que está escrito. […] Cuidado você que denunciou, você não está denunciando um homem não, você está brigando contra Deus e a palavra de Deus tem inúmeras demonstrações de castigo para aquele que toca no que é de Deus”, diz o homem nas imagens, enquanto é cercado por dois guardas municipais.

Edson Batista, de 48 anos, contou que sempre vai às ruas, favelas e morros para pregar a palavra de Deus, pois faz parte da Igreja Assembleia de Deus. “A intenção é alcançar corações frustrados para saberem que existe um Deus que pode mudar a situação”.

Ele estava acompanhado pela esposa e a filha de 1 ano e 6 meses na Avenida Thiago Ferreira, quando uma pessoa teria se incomodado com a oração e acionado a Polícia Militar (PM).

Segundo Batista, três viaturas da polícia foram até o local junto com os guardas. Mas, apenas os agentes municipais pararam no local para abordá-lo, dizendo que havia uma denúncia e ele teria que parar, caso contrário, apreenderiam o equipamento de som e o prenderiam.

“Triste né? Ouvir isso, mas Deus consola, dá uma reação de absurdo, ignorância e desrespeito até porque não estou roubando e nem matando […]. É uma coisa que deixa você sem palavras”, disse.

O evangelista afirmou, ainda, que muitas pessoas que estavam no local ficaram indignadas com a abordagem. “Quem fez isso foram duas pessoas de um Centro Espírita. Um deles pegou o telefone e filmou. Foi contra a palavra de Deus, a bíblia”.

Para ele, a situação foi uma tentativa de brecar o evangelho. “Acredito que não fiz nada de mal e que Deus tenha misericórdia dessas pessoas. Isso foi pura ignorância religiosa”.

Homem diz que sofreu intolerância religiosa ao ser denunciado à polícia enquanto orava em via pública, em Vicente de Carvalho, Guarujá (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Homem diz que sofreu intolerância religiosa ao ser denunciado à polícia enquanto orava em via pública, em Vicente de Carvalho, Guarujá (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Posicionamento

Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que, por volta das 16h do último sábado (24), uma força-tarefa foi acionada para atender reclamação de som abusivo em via pública, e que a equipe da GCM realizava patrulhamento preventivo na região, como parte da Operação Papai Noel, que visa reforçar a segurança no comércio.

No local, os agentes encontraram um casal utilizando caixa de som e microfone, com volume elevado, infringindo o Código de Posturas do município, e foram orientados a prosseguir com a manifestação religiosa, mas sem o uso dos equipamentos. No entanto, eles recusaram continuar e decidiram ir embora.

A administração municipal negou qualquer alegação de intolerância religiosa e destacou que respeita todas as religiões. A prefeitura também afirmou que a equipe da GCM apenas cumpriu o trabalho e que a ocorrência foi tranquila e sem resistência.

Evangelista e eletricista foi proibido de fazer oração em via pública após ter sido denunciado, em Vicente de Carvalho, Guarujá (SP) — Foto: Reprodução

Evangelista e eletricista foi proibido de fazer oração em via pública após ter sido denunciado, em Vicente de Carvalho, Guarujá (SP) — Foto: Reprodução

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