Mãe acusada de omissão na morte da filha de dois anos é condenada a mais de 18 anos de prisão

Caso ocorreu em 2005, em Praia Grande (SP). Julgamento terminou na noite desta quinta-feira (29). O primeiro, que ocorreu em 2017, foi anulado devido à ausência da ré.

A mulher acusada de participação na morte da filha de dois anos, no ano de 2005, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi condenada pelo Tribunal do Júri a 18 anos e 8 meses anos de prisão pelo crime de homicídio por omissão. Vilma da Silva já havia sido condenada à mesma pena em 2017, ocasião em que o julgamento foi anulado. A defesa recorrerá da decisão.

Foi apurado que Vilma saiu presa do plenário do Fórum de Praia Grande (SP) na noite de quinta-feira (29), após um julgamento que durou cerca de 12 horas. Ela deve ser recolhida à Penitenciária de Tremembé (SP).

Juliana da Silva tinha 2 anos quando foi encontrada morta com sinais de agressão e espancamento no apartamento em que morava, na Vila Tupy. Ela foi levada à Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos e chegou morta na unidade hospitalar.

A promotoria apontou a madrinha da vítima, Alba Cristina da Silva, como a responsável pela morte de Juliana. Ela foi condenada a 24 anos de prisão pelo homicídio, além de mais 2 anos por maus-tratos contra a menina e a irmã mais velha, em 2014.

‘Imprevisível’

No primeiro julgamento, em 2017, Vilma não estava presente e não foi interrogada. A defesa da ré alegou que ela não compareceu devido a um erro do cartório e, portanto, aguardou pelo novo julgamento.

“Não só alegamos, como há uma certidão de fato que o oficial de Justiça a intimou no endereço errado”, disse o advogado de defesa, Renan de Lima Claro. Na ocasião, ela foi condenada a 18 anos e 8 meses.

Nesta quinta-feira (29), a defesa alegou que ela não poderia agir para evitar a morte porque estava em outro cômodo na hora do crime, além de ser imprevisível a agressão fatal, tendo ela, no máximo, “agido com negligência ao deixar a filha com a madrinha”.

A decisão saiu pouco antes das 22h, após cerca de 12 horas de julgamento. Alguns dos agravantes para a pena, fixada em 18 anos e 8 meses de prisão em regime fechado, foram o grau de parentesco e a idade da vítima.

Além de Renan, a defesa também foi composta pelos advogados Alex Ochsendorf e Bianca Campos Ferreira. Eles irão recorrer buscando a anulação do julgamento e impetrarão habeas corpus para que Vilma responda em liberdade.

Vilma, mãe da menina Juliana, passou por novo julgamento nesta quinta-feira (29) — Foto: Arquivo/TV Tribuna

Vilma, mãe da menina Juliana, passou por novo julgamento nesta quinta-feira (29) — Foto: Arquivo

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