Família de surfista morto a facadas por namorada vê justiça em prisão e nada a comemorar: ‘só perdemos’

Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, apresentou-se na Delegacia de Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) nesta quinta-feira. Carlos Felipe Camargo da Silva foi morto em 3 de março.

A família do corretor e surfista Carlos Felipe Camargo, de 29 anos, morto a facadas pela namorada Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29, se manifestou sobre a prisão da mulher, na manhã desta quinta-feira (4) na delegacia de Ribeirão Preto (SP). Embora considerem que a Justiça está sendo feita, os parentes de Praia Grande (SP) afirmam que não há nada o que comemorar: “Nós só perdemos”.

Carlos foi esfaqueado e morto no dia 3 de março, na casa em que moravam, no bairro Ribeirão Verde, em Ribeirão Preto. O laudo pericial apontou que a vítima foi golpeada no abdômen, pescoço, peito e face. A faca usada no crime não foi encontrada.

Após se apresentar à polícia, Brenda passou por exame de corpo de delito e foi conduzida à cadeia de Franca (SP), onde deve permanecer até passar por audiência de custódia.

A sobrinha de Carlos, Tauane Felicio, de 28 anos, disse que a família está arrasada. “Nós só perdemos. O Felipe não voltará nunca mais. Que [Brenda] fiquei anos presa, e que conviva com a consciência de que ela tirou a vida de uma pessoa incrível, de um cara espetacular, carinhoso e amoroso com todos ao seu redor”, relatou.

Segundo Tauane, a família está “destruída” pelo crime e aguardava pela prisão de Brenda há um mês.

Não aceitava separação

Dezenas protestam em Praia Grande, SP, após corretor de imóveis ser morto pela namorada — Foto: Arquivo Pessoal

Dezenas protestam em Praia Grande, SP, após corretor de imóveis ser morto pela namorada — Foto: Arquivo Pessoal

Na ocasião em que foi esfaqueado, Carlos Felipe chegou a ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Brenda se apresentou na delegacia três dias depois, mas foi liberada ao alegar legítima defesa e mostrar hematomas pelo corpo.

Essa versão, no entanto, foi descartada no relatório final do inquérito da Polícia Civil, que considerou ter havido “excesso doloso” no número de facadas desferidas e a indiciou por homicídio.

Para a família, a Brenda cometeu o crime porque não aceitava o desejo do companheiro de se separar. “Ninguém dá nove facadas em outra pessoa por legítima defesa”, disse Tauane anteriormente.

Ciúmes e agressões

De acordo com a sobrinha, Brenda era extremamente ciumenta e já tinha agredido o companheiro. Um dia antes do crime, inclusive, a vítima teria contado ao irmão a intenção de pôr fim ao relacionamento.

“Conversou com o meu tio e contou que as malas dele já estavam prontas. Ele iria voltar para casa [da mãe] porque a Brenda estava indo para cima dele [com agressões] e ele não sabia até quando iria conseguir aguentá-la batendo nele toda hora, que preferia separar”, contou Tauane.

Segundo a sobrinha, Brenda apareceu na casa da família minutos depois. Ela chamou Carlos Felipe para conversar e os dois se resolveram. “A minha vó fez almoço para ela, botou almoço no prato”, disse Tauane.

Ainda segundo a familiar, o casal voltou para casa e no dia seguinte participou de um churrasco na casa da mãe de Brenda. No mesmo dia, Felipe foi esfaqueado e morreu.

“Ela foi muito fria, muito calculista. Eu não sei se ela planejou isso tudo no sábado [dia anterior ao crime]”, afirmou a sobrinha de Felipe.

Brenda Caroline Pereira Xavier é a principal suspeita de matar Carlos Felipe Camargo da Silva, ambos de 29 anos, em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Brenda Caroline Pereira Xavier é a principal suspeita de matar Carlos Felipe Camargo da Silva, ambos de 29 anos, em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Quem era a vítima

Felipe cresceu em Praia Grande (SP) e há aproximadamente quatro anos mudou para Ribeirão Preto, onde passou a viver junto à mãe e ao irmão.

Na cidade, o corretor de imóveis conheceu Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso há sete meses.

Após iniciar o namoro, ele se mudou da casa da mãe e passou a morar junto com Brenda, no bairro Ribeirão Verde. Em poucos meses, o casal passou também a trabalhar junto, com fotografias.

Definido pelos familiares como “querido, trabalhador e esforçado”, o corretor chegou a ser socorrido na noite do crime, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.

O corpo do rapaz foi sepultado no dia 5 de março em Praia Grande.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui