Irmão de carioca que sumiu em trilha confirma que corpo encontrado é do turista após família reconhecer pertences

Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, desapareceu enquanto realizava um camping na Praia do Góes, em Guarujá (SP). O cadáver foi achado no mesmo local, mas em estado avançado de decomposição.

A família de Bruno Rodrigues Magalhães, o carioca que desapareceu em uma trilha de Guarujá, no litoral de São Paulo, considera que o corpo encontrado dias depois na região é do turista. Segundo apurado o cadáver estava em avançado estado de decomposição, mas as roupas e os pertences foram reconhecidos por familiares, que aguardam o resultado do exame de DNA.

O corpo foi localizado, no dia 28 de março, pelo irmão do turista, Marcelo Rodrigues Magalhães. Ele realizava buscas na área após o Corpo de Bombeiros encerrar os trabalhos na Praia do Sangava.

Na ocasião, ele não reconheceu Bruno devido ao estado de decomposição do cadáver. No entanto, ele disse que as roupas ainda estavam visíveis e a família identificou o carioca após ver fotos.

“A bolsa que estava ao lado do corpo foi a namorada que deu. A namorada também reconheceu o chinelo que estava. Minha irmã reconheceu a blusa e o shorts. Um primo falou que o shorts foi ele que deu”, disse Marcelo, em entrevista ao g1 nesta quarta-feira (10).

Ainda segundo o irmão, os primeiros exames periciais no corpo encontrado constataram uma perfuração na perna. Isso aumenta a hipótese de que se trata de Bruno, já que uma jovem disse que viu um homem com as características dele ser baleado após reagir a um assalto. “O IML não especificou se [a perfuração] foi de arma de fogo, mas pelo jeito sim. Bate justamente com o relato [da jovem]”, explicou o irmão.

Exame de DNA

Marcelo contou que esteve no Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande com a mãe e a irmã, nesta segunda-feira (8), para coletar material genético necessário para exame de DNA do corpo.

No entanto, Marcelo disse que a família já reconheceu Bruno pelas roupas e, inclusive, mobilizou arrecadou dinheiro para o transporte do corpo até o Rio de Janeiro, onde deve ser sepultado. No entanto, os familiares dependem do resultado oficial do exame para seguir com os trâmites.

“Seria uma coisa muito improvável alguém ter mexido no corpo, alterado roupa, essas coisas todas. Então, a gente acredita que seja ele”, enfatizou.

Marcelo contou que a família tem medo que o homem seja enterrado sem identificação, pois autoridades deram prazo de um mês a um ano para o resultado do DNA.

“A gente cobrou das autoridades agilidade nesse processo, que não demore tanto, porque a gente tem o sofrimento da família aguardando esse tempo todo. Mas, infelizmente, essa burocracia só é liberada com a confirmação, porque só o reconhecimento por pertences, roupas ou essas coisas, não é o suficiente para eles [autoridades]”, afirmou o irmão.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), por meio da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), informou que o tempo máximo para resultado do exame deve ser dois meses.

“Assim que colhidos, os materiais genéticos de familiares e da vítima são enviados ao Núcleo de Biologia e Bioquímica da SPTC, na Capital, para que a extração de perfis genéticos e suas comparações possam ser realizadas. Esse processo demanda tempo, por conta da sua complexidade, e costuma ser finalizado dentro de, aproximadamente, dois meses. A prorrogação de tempo para o resultado ocorre em casos excepcionais, por questões técnicas, e quando isso ocorre a autoridade solicitante sempre é informada”.

O corpo

Um corpo foi encontrado em uma área de difícil acesso na Praia do Sangava, no dia 28 de março, enquanto Marcelo e moradores realizavam as buscas.

Bruno era acostumado a fazer trilhas e, dias antes de sumir, disse que faria um “camping selvagem”. Porém, ele entrou em contato pela última vez no dia 14 de março.

“Ele costuma fazer esse tipo de trilha, ter contato com a natureza, mas nunca deixou de dar satisfação para minha mãe, que fica em contato com ele porque se preocupa e, geralmente, ele faz essas atividades sozinho”. Na época, o caso foi registrado como desaparecimento de pessoa.

Assalto em trilha

Carioca Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, desapareceu durante camping na Praia do Góes, em Guarujá (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Carioca Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, desapareceu durante camping na Praia do Góes, em Guarujá (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Um homem com características semelhantes a de Bruno foi citado por uma jovem, de 25 anos, que esteve na delegacia para registrar um assalto no dia 16 de março.

De acordo com o relato no boletim de ocorrência (BO), ela disse ter sido roubada à mão armada por quatro criminosos na tarde do dia 15. Na ocasião, ela viu um homem careca, branco e alto também ser assaltado.

No boletim de ocorrência consta, segundo o relato da mulher, que a quadrilha pediu a corrente de ouro e uma pulseira dele, mas o homem reagiu ao assalto e foi baleado na coxa esquerda.

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