Funkeiro foi assassinado quando chegava em casa em 2012, no bairro Jóquei Clube, em São Vicente. Segundo assistente de acusação, atitude da defesa em abandonar o plenário durante o júri foi ‘lamentável’.
O júri popular de Anderson de Oliveira Freitas, o policial militar acusado de matar a tiros o cantor MC Primo, foi suspenso na noite de terça-feira (14) após a defesa do réu abandonar o plenário no Fórum de São Vicente, no litoral de São Paulo. Um novo júri está previsto para 16 de julho.
O crime ocorreu em abril de 2012. Jadielson da Silva Almeida, conhecido como MC Primo, foi abordado por criminosos em uma motocicleta e um carro branco quando chegava em casa, no bairro Jóquei Clube. Ele foi atingido por pelo menos 11 disparos, chegou a ser socorrido e não resistiu.
Marcado inicialmente para a manhã de terça-feira, no Fórum de São Vicente (SP), o júri popular teve início por volta de 10h. Ele contou com o depoimento de testemunhas e do réu, que se defendeu da acusação de ter assassinado MC Primo.
O assistente de acusação Eugênio Malavasi disse que a defesa manifestou o desejo de que um perito oficial, além do já arrolado pelo Ministério Público, fosse ouvido. No entanto, esse profissional oficial não havia sido convocado pela banca defensiva.
Segundo Malavasi, o juiz esclarecia as circunstâncias aos jurados porque pretendia deferir o requerimento. “Antes de ser dada a palavra ao Conselho de Sentença, se eles efetivamente desejavam ouvir o perito, os advogados abandonaram o plenário. Isso por volta das 20h30. Foi isso que aconteceu”.
Para ele, o posicionamento da defesa foi lamentável. “Só faz com que a família ainda continue no sofrimento. Porque a família não quer vingança, quer somente Justiça para este caso”, afirmou.
Investigação
MC Primo foi assassinado em 2022 — Foto: Reprodução
Em dezembro de 2022, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) apresentou uma denúncia na qual um exame pericial comprovou que um dos 11 projéteis que atingiram a vítima saiu da arma de fogo de Anderson. Ele teve a prisão preventiva decretada.
Conforme apurado na época, ao ser interrogado em juízo, o acusado negou o crime descrito na denúncia e disse que não trabalhou como PM na data dos fatos, pois era folga dele. Ele ainda declarou que não conhecia a vítima antes dos fatos serem veiculados.
O juiz, porém, relatou na sentença que Anderson foi visto cumprimentando MC Primo horas antes do crime. Ainda de acordo com o documento apresentado pelo MP-SP, a “execução foi realizada por grupo criminoso armado”, mas, até o momento, “apenas um dos criminosos foi identificado, tratando-se de um policial militar”.
O que diz a defesa?
Eugênio Malavasi informou que trabalhará para que Anderson responda por homicídio qualificado, podendo ser condenado de 14 a 30 anos de prisão.
A defesa do policial militar, por sua vez, alega inocência. O advogado Emerson Lima Tauyl afirmou que há provas de que Anderson não participou do crime e tem uma ficha impecável. Foi feita tentativa de contato com o advogado novamente nesta terça-feira, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.