Motoboy ameaçado ao cobrar lanche entra com representação criminal contra cliente em Santos

Wilton Fergunson dos Santos Silva, de 22 anos, foi até a delegacia para manifestar o desejo de uma ação penal contra o empresário.

O motoboy que foi ameaçado com uma arma ao cobrar um lanche entrou com uma representação criminal contra o cliente em Santos. Wilton Fergunson dos Santos Silva, de 22 anos, e o advogado dele, Rafael França, estiveram na delegacia nesta quarta-feira (24) para manifestar o desejo de levar o processo em diante.

O caso aconteceu no dia 12 de maio, no bairro Marapé. Wilton trabalhava como motoboy e foi até o prédio do cliente para cobrar o pagamento de lanche que foi entregue durante a madrugada e cancelado horas depois. Porém, o homem – que é empresário – atendeu o entregador com uma arma em mãos. A cena foi registrada pela vítima.

O cliente afirmou ter sido ameaçado e xingado pelo motoboy e que estaria acompanhado de outro entregador no momento da cobrança. Ele ressaltou que o vídeo teria sido editado para beneficiar a versão do profissional.

Representação criminal

O advogado de Wilton explicou que o crime de ameaça é considerado de menor potencial ofensivo. Por isso, é de ação penal condicionada à representação da vítima, ou seja, depende dessa formalidade para o inquérito seguir e ser encaminhado ao Fórum, que definirá a punição ao investigado.

“Quando se comunica o crime para a polícia, há automaticamente seis meses de prazo decadencial para poder representar aquela pessoa. A partir daí, vai ser dado andamento à ação policial”, afirma.

Agora, o caso depende das investigações policiais. “Com essa formalidade (representação criminal) dentro do inquérito, capaz que tudo ande mais rápido”, explica França.

O defensor de Wilton diz que a vítima segue atuando como motoboy, mas trabalha com receio. “Está tentando esquecer da situação para poder continuar fazendo as entregas como se nada tivesse acontecido”, finaliza.

Procurada a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para saber as próximas etapas da investigação, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.