‘Sogra, não deixa ela ir embora’, disse suspeito de matar esposa com tiros na cabeça após ela planejar mudança

Beatriz Ribeiro Rocha Freitas vivia com o companheiro e principal suspeito do crime em Bálsamo (SP). Ela foi enterrada em Praia Grande (SP), onde vivia antes de se mudar. Companheiro se entregou, nesta quarta-feira, na delegacia.

A mãe de Beatriz Ribeiro Rocha Freitas, de 25 anos, que foi encontrada morta com tiros na cabeça em Bálsamo (SP) e enterrada em Praia Grande, no litoral de São Paulo, disse que o companheiro da filha tinha uma arma em casa. Segundo apurado nesta quarta-feira (3), o homem apontado como o principal suspeito do assassinato ligou para a familiar antes de o corpo ser encontrado dizendo ‘sogra, não deixa ela ir embora, não’. Ele se entregou à Polícia Civil na manhã desta quarta-feira.

Beatriz foi encontrada morta dentro de casa, com ferimentos na cabeça, na noite de sexta-feira (29). Ela morava na cidade com o companheiro de 44 anos, com quem tinha união estável, e o filho pequeno do casal, de 2 anos. A jovem tinha planos de se separar dele e retornar a Praia Grande, onde nasceu e vivia com a família anteriormente.

Foi apurado junto à Delegacia de Bálsamo que o homem apontado como o principal suspeito de matar Beatriz se entregou à Polícia Civil na manhã desta quarta-feira.

Cleidilene Pereira, de 40 anos, que trabalha na área da segurança, disse que a filha atuava como esteticista e estudava Biomedicina. A última conversa entre elas ocorreu na quinta-feira (28), quando a mãe ligou por vídeo para mostrar o apartamento que estava alugando para Beatriz e o neto, no bairro Caiçara. Depois, elas trocaram poucas mensagens pelo WhatsApp.

Vítima foi encontrada morta dentro de casa, em Bálsamo (SP) — Foto: Monize Poiani/TV TEM

Vítima foi encontrada morta dentro de casa, em Bálsamo (SP) — Foto: Monize Poiani

“Ela estava dirigindo, tinha fechado a faculdade. Ela [falou]: ‘Mãe, fui, fechei a faculdade, arrumei já umas caixas, estou arrumando as minhas coisas já. E a senhora, como está aí, consegue arrumar um caminhão para vir me buscar?’”.

Na mesma noite, o suspeito ligou para a mãe da jovem tentando convencê-la a impedir a mudança. “Ele me ligou e falou assim: ‘sogra, não deixa ela ir embora, não, sogra. Não deixa ela vender as coisas dela, não’. Porque ela já estava vendendo algumas coisas para juntar dinheiro e vir embora”, contou Cleidilene.

Relacionamento

Segundo Cleidilene, a filha conheceu o suspeito há cinco anos, em São Paulo, durante uma viagem a trabalho. Ele dizia trabalhar com venda de peças de caminhão.

Os dois ficaram cerca de um ano vivendo em cidades diferentes, até que ela decidiu ir embora para Bálsamo com ele. Cleidilene conta que o genro tinha bastante ciúmes da vítima e chegava a se incomodar com a relação entre as duas.

“Ele tinha ciúmes dela até comigo, tinha ciúmes das amizades, de tudo. Aí eu falava para ela: ‘mas ele tem ciúmes da gente, filha? Eu sou sua mãe’. Quando ela me ligava, tinha que apagar as mensagens que me mandava, dos desabafos dela, das nossas conversas”, lembrou.

Quando foi até Bálsamo, após saber da morte da filha, Cleidilene ouviu de uma vizinha que a jovem praticamente não saía de casa. Ela ia da faculdade para o imóvel, onde cuidava do filho pequeno.

Beatriz Ribeiro Rocha Freitas, de 25 anos, foi encontrada morta com ferimento na cabeça, em casa de Bálsamo (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Beatriz Ribeiro Rocha Freitas, de 25 anos, foi encontrada morta com ferimento na cabeça, em casa de Bálsamo (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Arma em casa

Cleidilene relatou que, em ocasião anterior, encontrou uma arma prata na casa de Beatriz. Por isso, ela temia pela segurança da filha devido às constantes brigas. Quando foi até o imóvel após a morte da filha, ela encontrou uma bolsa vazia onde ele supostamente mantinha a arma.

“Ele tinha uma arma, tanto que eu pegando as coisas dela para trazer para cá, achei a bolsa em que estava a arma que ele matou ela. Ele tem porte de arma no nome dele”, afirmou.

Os policiais relataram à mãe de Beatriz que, após o crime, o homem apareceu na casa de uma parente dele e entregou a chave da casa para que o filho fosse buscado. Quando chegou lá, a mulher se deparou com o corpo da jovem e a criança dormindo. O celular de Beatriz não foi encontrado.

Últimas conversas de WhatsApp entre Cleidilene e Beatriz. — Foto: Arquivo pessoal

Últimas conversas de WhatsApp entre Cleidilene e Beatriz. — Foto: Arquivo pessoal

Filho chama pela mãe

Cleidilene contou que é evangélica e conhece a palavra de Deus, mas o ódio entrou em seu coração. “Ele acabou com a minha vida, ele me enterrou viva”, desabafou. A mãe de Beatriz pede Justiça e afirma que a força dela, neste momento, está sendo o neto.

“Ele acordou agora, ele chama pela mãe, chama até mesmo por ele [pai]. Toda hora ele fala: ‘ô, mamãe’. Ele me chama, que eu pareço muito com ela”.

Familiares e amigos arrecadaram dinheiro para trazer o corpo de Beatriz até a Baixada Santista. Ela foi enterrada na tarde de terça-feira (2) no Cemitério Morada da Grande Planície em Praia Grande.

Foi apurado junto à Delegacia de Bálsamo que o homem apontado como o principal suspeito de matar Beatriz se entregou à Polícia Civil na manhã desta quarta-feira. A Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas ainda não retornou com mais detalhes sobre a investigação.

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