Corpo de PM desaparecido ao entrar em ponto de tráfico há mais de um mês é encontrado

Luca Romano Angerami foi visto pela última vez perto de um ponto de tráfico de drogas em Guarujá. Corpo foi encontrado na comunidade Vila Baiana, também na cidade.

O corpo do policial militar Luca Romano Angerami, de 21 anos, que estava desaparecido há mais de um mês, foi encontrado nesta segunda-feira (20), em Guarujá, no litoral de São Paulo. A informação foi confirmada pelo Delegado Seccional de Santos (SP), Rubens Eduardo Barazal Teixeira.

Luca foi visto pela última vez perto de um ponto de tráfico de drogas em Guarujá. Desde o começo das buscas até o último dia 14, oito corpos tinham sido encontrados e nove homens presos suspeitos de envolvimento no crime (leia mais abaixo).

Conforme apurado pela equipe de reportagem, o corpo do PM foi encontrado enrolado em uma lona, em cima de um morro na região da Vila Baiana. Os policiais do 1º e 5º Distritos Policiais de Santos (SP) caminharam durante duas horas para chegar no local.

O corpo não estava em estado avançado de decomposição. Por este motivo, a identificação foi feita através das tatuagens de Luca. Os exames do Instituto Médico Legal (IML) auxiliarão a Polícia Civil a descobrir o que causou e quando foi a morte do PM.

Corpo de PM desaparecido ao entrar em 'biqueira' foi encontrado na manhã desta segunda-feira (20), em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução

Corpo de PM desaparecido ao entrar em ‘biqueira’ foi encontrado na manhã desta segunda-feira (20), em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução

Últimas imagens

Novo vídeo mostra PM desaparecido caminhando por comunidade após passar em adega

O PM foi visto durante a madrugada do dia 14 de abril em uma adega na comunidade Santo Antônio com dois amigos. Depois, câmeras de monitoramento filmaram o agente sendo acompanhado por um homem até a biqueira onde foi visto pela última vez em Guarujá. Esse rapaz foi preso no último dia 19 de abril.

As imagens, obtidas pela TV Tribuna, emissora afiliada à Globo, mostram quando o PM chega em uma rua na comunidade às 6h41 em um carro de cor prata. O veículo era semelhante ao automóvel dele, que foi encontrado abandonado na Rodovia Cônego Domênico Rangoni.

Após o carro ser manobrado na via, o agente saiu do veículo. Luca vestia uma camiseta preta e calça jeans – como as roupas que usava na adega. Ele também estava ‘acompanhado’ de perto pelo outro homem, que usava bermuda branca e uma camiseta vermelha. Os dois entram em uma rua e, em seguida, não são mais vistos.

Prisões

Edivaldo Aragão (à esq) e Carlos Vinícius foram presos pelo envolvimento no sequestro do PM Luca em Guarujá (SP) — Foto: Divulgação

Edivaldo Aragão (à esq) e Carlos Vinícius foram presos pelo envolvimento no sequestro do PM Luca em Guarujá (SP) — Foto: Divulgação

Na noite de 14 de abril, mesmo dia do desaparecimento, um homem identificado como Edivaldo Aragão, de 36 anos, foi preso por ser suspeito de participar do suposto assassinato de Luca. Ele foi abordado por policiais militares na Rua das Magnólias, próximo à adega.

Segundo apurado com a Delegacia de Homicídios de Santos, a Polícia Civil descartou o homem das investigações por entender que ele não teve envolvimento e confessou a mando de uma organização criminosa. Ele apenas foi indiciado por obstrução à justiça.

2º preso confessa envolvimento no sequestro

  • Na noite do dia 18, Carlos Vinicius Santos da Silva, de 26 anos, foi preso na Avenida das Acácias. Uma equipe da Polícia Militar leu mensagens em um celular que comprovaram a participação dele no crime. É ele quem aparece ao lado do soldado da PM na biqueira da comunidade Santo Antônio, a última imagem que se tem de Luca.

Mais quatro presos e carro apreendido

  • Depois que Carlos Vinicius foi detido, a polícia identificou mais suspeitos envolvidos, com base no depoimento e mensagens.
  • No dia 19 de abril, quatro foram presos. Cada um teria uma responsabilidade: um teria ficado com a arma de Luca; outro seria o dono da biqueira; um suspeito de abandonar o carro, e outro dirigido com o PM até a comunidade.

Sétimo e oitavo presos

Segundo apurado, um sétimo suspeito, conhecido como “Caga”, se apresentou espontaneamente na Divisão de Homicídios de Santos no dia 22 de abril.

Um oitavo homem, de 23 anos, foi preso por volta de 19h30 de 26 de abril no bairro Chácaras, em Bertioga. A PM chegou ao oitavo suspeito durante as investigações e com base nas informações obtidas em depoimentos anteriores. Conforme apurado com a Delegacia de Homicídios de Santos, o homem provavelmente mentiu ter envolvimento para despistar as autoridades.

Nono preso

Segundo a SSP-SP, o último preso foi um homem, de 41 anos, capturado por PMs na última sexta-feira (10) no bairro Jardim Primavera, em Guarujá.

Na ocasião, uma equipe viu o rapaz em atitude suspeita em uma via pública. Assim que ele notou a presença policial, entrou em um comércio, mas foi seguido pelos agentes. Em busca no sistema, a corporação constatou que havia um mandado de prisão temporária expedido contra ele.

Apesar de o conteúdo do mandado não ter sido divulgado, ele é suspeito de estar envolvido no crime contra o soldado.

Corpos encontrados

Robô aquático é usado para investigar sumiço do PM Luca Romano Angerami — Foto: Redes sociais/COE e Reprodução

Robô aquático é usado para investigar sumiço do PM Luca Romano Angerami — Foto: Redes sociais/COE e Reprodução

De acordo com a SSP-SP, até o último dia 14, quando completou um mês do desaparecimento, oito corpos e outros dois conjuntos de vestígios genéticos foram encontrados nas buscas pelo PM.

No dia 16 de abril, as polícias Civil e Militar receberam denúncias de que Luca havia sido morto e deixado na comunidade Pantanal, em Guarujá. No local, os agentes encontraram um corpo em uma cova rasa e com roupas semelhantes às usadas pelo PM no dia em que ele sumiu. O cadáver estava em uma área de mata e, segundo a polícia, não era do agente.

Já no dia 22 de abril, os agentes encontraram duas ossadas humanas na comunidade Vila Baiana. Em 24 de abril, por volta de 16h, a PM localizou mais três corpos enterrados na mesma localidade.

Foi apurado junto à polícia no local que dois dos corpos encontrados já eram considerados ossadas, enquanto o terceiro estava em estado de decomposição.

Segundo a SSP-SP, outros dois corpos foram encontrados no dia 2 de maio na Vila Baiana.

No último dia 27 de abril, peritos foram até um ponto específico da comunidade recolher vestígios genéticos em uma cova. Ainda não há como aferir se são humanos. Já no dia 30, policiais civis encontraram uma cova com vestígios de um cadáver na Rua Argentina, no bairro Jardim Vitória.

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